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domingo, 20 de maio de 2012

A função social do trabalho do professor

Hoje fui organizar os meus livros e uma montanha de xerox( textos que os professores trabalharam na época de faculdade), a cada texto, provas e trabalhos que encontrava, Eu viajava no tempo. Encontrei esse texto, e resolvi compartilhar com os leitores deste espaço.


O trabalho do professor não está limitado ao ensino, puro e simples, do conteúdo da sua matéria. Segundo  Mário Sérgio Cortella, PUC-SP, ele não pode esquecer a carga de tarefa política inerente à sua função. "Não se trata de política partidária, partido é uma opção das pessoas, que elas fazem ou não, mas a política que todos fazemos pois todo ofício tem um reflexo social".

No seu entender, a escola não é só local de transmissão de conhecimento, mas é essencialmente um local de formação de pessoas. Essa formação deve contemplar três requisitos: fornecer sólida base científica, pois a ciência é uma arma eficiente na transformação da realidade; formar para a cidadania e criar nessas pessoas o sentido da solidariedade social, sem o qual as duas primeiras não funcionam. "Se não criar o espírito solidário teremos como resultado o uso narcísico do conhecimento". 

A reflexão sobre as tarefas sociais do professor pode começar usando-se o que ele chama de "ética da rebeldia", ou seja, "colocar nossa competência profissional a favor de uma ética inconformada com a realidade".

"A imensa carga técnica da nossa rotina pedagógica não pode servir de desculpa para que o professor perca a dimensão política de seu trabalho. Uma prova não é neutra, assim como também não é neutra a avaliação. "Ao elaborar a prova, o professor pode trabalhar no sentido de aumentar o processo de exclusão que já existe na escola, ou pode fazê-las para que os alunos cresçam dentro do seu processo de informação e cidadania". O mesmo se dá com relação à avaliação, que pode servir para reorientar os processos ou pode ser meramente punitiva. Todas essas atividades têm forte componente político, que pode ser conservador ou trabalhar na construção de uma nova realidade. Não existe neutralidade.

" Os docentes que acreditam serem neutros em sua atividade, precisam estar cientes que em uma sociedade dividida em classes sociais, a neutralidade significa a adesão ao grupo que detém o poder". E cita um exemplo: "numa briga de um menino de 15 anos e um de 8, colocar-se neutro é ficar ao lado do de 15 anos". Isso, no entender de Cortella é, no mínimo, ser um inocente útil porque ele pode não estar refletindo, sobre isso, mas quem controla o poder certamente está contando com a sua "neutralidade". 

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