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domingo, 16 de setembro de 2012

A nuvem negra que paira sobre Sampa

Estou curioso pra saber como a mídia golpista vai se comportar se o seu eterno candidato for descartado logo no primeiro turno das eleições. Será que, em se tratando do “risco” de o PT vencer em São Paulo, vão preferir apoiar Russomanno? Justo este que é o representante de Edir Macedo, dono da Record? Justo a Record, inimiga mortal da Globo?


Que sinuca de bico! Serra a caminho do brejo político, rejeitado por metade dos paulistanos e a “cidadela” demotucana, lar da imprensa serrista, arriscada a cair nas mãos de Edir Macedo. Já estão chamando de “Prefeitura Universal do Reino de Deus”. E se o Russo levar essa, segura o bispo pois ele não vai descansar até chegar ao Planalto e ser empossado.

Russomanno é apresentador ou repórter ou aspirante a isso. Sei lá eu como definir esse outro “coiso” parido pela rejeição a Serra e pelo desconhecimento de Haddad. É um personagem da TV que pretensamente defende os direitos dos cidadãos num reality show de charlatões. Se a cena não fica boa, filma de novo. Virou político usando a mesma brecha por onde entram os jogadores de futebol, humoristas, estilistas, cantores e até os chamados ex-bbb. Vez por outra, esses caras “tentam a sorte” na política.

Como os outros candidatos nanicos, Russomanno previa apenas ocupar o espaço gratuito de exposição na TV e conquistar muito menos que a prefeitura de São Paulo. Nunca sonhou e menos ainda se preparou para a possibilidade real de ser eleito prefeito desse enorme abacaxi em que Serra/Kassab transformaram a cidade.

“Gente, eu agradeço de coração. Muito obrigado meeesmo por todo esse carinho” – repete Russomanno na TV. Parece uma Hebe Camargo de gravata! Adivinhem se o seu “plano de governo” é ou não é alguma xerox requentada. Quando afirma que “táxi também é transporte coletivo” e que pretende autorizar o compartilhamento de táxis, o cara parece estar zombando da nossa cara. Não é preciso se esforçar para enxergar o despreparo e a falta de visão.

Neste momento, 35% dos paulistanos pretendem votar nesse pastel de vento. Muito além dos que lhe dão audiência na TV, estes 3 milhões de eleitores mostram como o paulistano foi condicionado a não ter esperanças de que a cidade possa se tornar mais humana. Por isso votam com aquela típica displicência, sempre mal humorados: o voto que “não vai dar em nada”.

São Paulo é uma das 4 maiores cidades do mundo. É difícil de ser administrada porque tudo aqui é gigantesco. Principalmente os problemas. E principalmente os problemas da grande maioria, que vive abaixo do limite tolerável do descaso e do abandono social. Na verdade o lado infernal da vida em São Paulo passa longe da elite paulistana. Eles têm seus bairros, suas escolas, sua saúde, sua segurança, seus helicópteros… tudo contratado na iniciativa privada. O problema da qualidade de vida do “resto” é… do resto!

Na provável e inesperada falta de Serra no segundo turno, apoiar Russomanno não seria um mau negócio para a elite burguesa e sua imprensa imoral. Sabem que Russomanno seria um Pitta piorado e, na melhor das hipóteses, entregaria a cidade no mesmo caos que a recebeu. Confiam que, 4 anos depois, retomariam o controle de seu “país paulistano”.

Já Haddad é o perigo. Não só por ele ser do PT, mas porque faria um excelente governo. Porque começaria uma grande transformação na cidade e resgataria cidadania a milhões de paulistanos. Seria reeleito fácil e os tucanos poderiam dar adeus a São Paulo.

A farsa do julgamento da farsa do mensalão, planejada e executada para “tirar o PT da frente”, somada ao avanço dos evangélicos na política, mostram uma nuvem negra sobre Sampa. Mas para os demotucanos e sua imprensa golpista, dane-se o povo, a cidade, o estado e o país: o importante é criminalizar o PT e voltar a derrubar presidentes trabalhistas. Mesmo que seja na base das cartilha golpista paraguaia ou hondurense. Paraguaia, em andamento, via ministros da (in)justiça do STF que sinalizam queimar petistas em praça pública. E hondurense – na porrada mesmo – se for preciso!



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