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domingo, 24 de junho de 2012

A Longa Marcha - Luiz Carlos Prestes

Entrada no Exército e o Tenentismo

Luiz Carlos Prestes nasceu em 1898 em Porto Alegre. Seguiu a carreira militar como oficial do Exército  da arma de Engenharia. Na escola Militar de Realengo (RJ), participou de reuniões preparatória das revoltas tenentistas de 1922, contra o governo federal.

Coluna Prestes

Seus integrantes se deslocaram pelo interior do país, de 1925 a 1927, pregando reformas políticas e sociais, no combate ao governo do então presidente Artur Bernardes (1922 - 1926). A coluna percorreu   13 estados durante dois anos e meios, projetando nacionalmente Prestes como um líder militar de grande prestígio popular. Dissolvido o movimento, prestes e outros participantes, perseguidos pelas autoridades brasileiras, passaram à clandestinidade e se exilaram em países da América Latina.



Exílio e marxismo

A experiência de percorrer o interior do Brasil deu a Prestes a certeza de que uma sucessão presidencial não seria suficiente para resolver os graves problemas sociais do país. No exílio, primeiro na Bolívia e depois na Argentina entre 1927 e 1929, Prestes conheceu o marxismo, determinante para sua entrada no Partido Comunista. Viajou em 1931 para a União Soviética, e em 1934 se filiou ao partido, após resistências da sua direção.

Revolta Comunista de 1935

Em 1935, liderou uma série de sublevações militares para derrubar Getúlio Vargas e instaurar um governo popular. Restritas a três cidades e sem organizações estratégicas, as rebeliões foram reprimidas. Os episódios serviram de pretexto para o fechamento do regime, culminando com o golpe de 10 de novembro de1937, que instaurou a ditadura do Estado Novo. E também resultaram da prisão do líder comunista e de sua esposa, a revolucionária alemã Olga Benário. Ela foi deportada para a Alemanha nazista e depois morta num campo de concentração.





Fim do Estado Novo e volta à liberdade

Em 1943, ainda preso, foi eleito secretário-geral do PCB, cargo que ocupou até 1980. Mesmo diante de todas as suas desavenças com o governo Vargas, Prestes decidiu apoiá-lo na transição para a democracia. Solto 1945, foi eleito senador em 1946 e teve forte atuação na Assembleia Constituinte. Em Maio do mesmo ano, o registro do PCB foi cancelado, e pouco tempo depois Prestes teve seu mandato cassado e voltou a ser perseguido pela justiça. Em 1958 voltou à legalidade, mas em 1964 o regime militar (1964 - 1985) o lançou novamente na clandestinidade.

Regime Militar

Durante a ditadura, o PCB sofreu uma cisão. A liderança de Prestes passou a ser contestada por uma das facções do partido liderada por Mariguella (1911 - 1969), que defendia a luta armada. Em 1971 Prestes, que já acumulava mandados de prisão, refugiou-se em Moscou. No exterior, continuou militando contra o regime. Enquanto o PCB estava na clandestinidade, Prestes acabou declarando seu apoio MDB, partido de opositores ao regime, e convocou o povo a votar nos seus candidatos, o que contribuiu para a vitória nas eleições de 1974. Ele retornou ao Brasil em outubro de 1979, após a anistia geral.

Anos 80

As divergências com o PCB já eram profundas quando Prestes voltou do exílio. Em março 1980, redigiu a Carta dos Comunistas, declarando a falência do partido do qual ainda era secretário-geral. Após a publicação, perdeu o cargo. Somente em 1984 Prestes foi excluído de vez dos quadros do PCB. Apesar do seu apoio a Leonel Brizola (1922 - 2004) nas eleições presidências de 1989, os anos 1980 foram marcados por sua constante afirmação de que não havia partidos realmente de esquerda no Brasil. Após a derrota de seu candidato, apostou todas as suas fichas em Luiz Inácio Lula da Silva, mas também não obteve vitória. Ele faleceu em março de 1990, antes de ver o socialismo ruir.






Revista de História da Biblioteca Nacional


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