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segunda-feira, 16 de abril de 2018

História, Antropologia e Arte: Entrevista com Lilia Schwarcz


A produção do caos

Vladimir Safatle


Fim da Nova República terá brutalização da espoliação e Estado tutelado pelas Forças Armadas

Talvez a formulação mais precisa a respeito do sentido da prisão do ex-presidente Lula, ocorrida na semana passada, tenha sido fornecida pelo filósofo Renato Lessa: "impeachment preventivo".

Dentro do horizonte de radicalização da brutalidade das relações de classe pela qual passa atualmente o Brasil, não há mais espaço para pactos e compromissos. Lula foi a encarnação mais bem acabada dos pactos nacionais. Sua prisão é uma forma dos operadores tradicionais dizerem que esta era definitivamente acabou.

Por mais que esse sistema de pactos que imperou na Nova República tenha sido responsável por preservar uma democracia de fachada com sua violência armada contra setores desfavorecidos da população, é inegável que ela conseguiu frear, por um momento, os arroubos mais fortes do neoliberalismo.

O Brasil é um país que chegou a 2018 como uma espécie de capitalismo de Estado no qual, por exemplo, 2 dos 4 principais bancos são públicos, assim como as duas maiores empresas nacionais (Petrobras e BR distribuidora).

Suas universidades públicas são completamente gratuitas, seu sistema de saúde público (embora problemático) é universal para uma população de 209 milhões. Tudo isso está completamente fora da cartilha neoliberal reinante.

Mas para avançar no choque de acumulação primitiva e de concentração de renda seria necessário impor o aumento exponencial e a generalização completa da violência de Estado, isso em um país no qual esta já era responsável por uma política contínua de desaparecimento, tortura e simples execução.

Como fazer isso não produzindo deliberadamente o caos, ou seja, dando a impressão de que nenhuma resposta política seria mais possível, sendo necessário apelar à força? Mas produzir o caos significava eliminar todos os atores políticos críveis, assim como impedir que novos sujeitos políticos aparecessem.

Dentro dessa estratégia, a Operação Lava Jato teve um papel central. Desde que o juiz Sergio Moro decidiu por divulgar em cadeia nacional os grampos de conversa entre Dilma e Lula, a fim de impedir sua posse como ministro, ele transformara uma operação importante de combate à corrupção em modo de intervenção política.

Sua caçada a Lula foi construída a partir do calendário político do país, seus passos foram claramente calculados para impedir um grupo político de atuar. Ou seja, sua operação foi uma farsa por estar politicamente comprometida e interessada.

Seus resultados concretos no que diz respeito a combate contra a corrupção são inexistentes. Ao contrário, o Brasil caiu 17 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) nos últimos dois anos.

Nosso governo atual é explicitamente mais corrompido do que o anterior sem que nada possa pará-lo.
Sem contar que a Lava Jato normalizou práticas impensáveis até mesmo em uma democracia liberal, como grampear telefones de advogados de um acusado.

O resultado não poderia ser diferente do alcançado por seu congênere italiano, a Operação Mãos Limpas: entregar o país para um grupo ainda mais corrompido e "apolítico" (no caso, Berlusconi).

No entanto, há uma especificidade brasileira. Dentro desse cenário de caos, as Forças Armadas sentem-se completamente à vontade para retornar seu protagonismo e se impor ao país como verdadeiro poder.

Este será o saldo do fim da Nova República: brutalização da espoliação e Estado tutelado pelas Forças Armadas.

Nesse horizonte, espero que as forças progressistas lembrem do destino de Lula.

Aquele que melhor encarnava as dinâmicas de negociação entre classes da Nova República terminou na cadeia. Aquele que acreditou que os processos de transformação poderiam ser garantidos por meio de um reformismo gradual e seguro foi simplesmente jogado na cadeia na primeira oportunidade, independente do caos que isso possa gerar. Esta é uma aula sobre o que de fato é o Brasil.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Pobre Democracia



Foram assustadoras as arengas da ministra Rosa Weber e do ministro Luís Roberto Barrosos na sessão do Supremo Tribunal Federal incumbida de julgar o habeas corpus do ex-presidente Lula. Os argumentos deambularam entre o empirismo grosseiro de Barroso e o instinto de manada de Rosa Weber. 

Não digo má-fé porque a esses fâmulos da retórica bacharelesca faltam conhecimentos elementares acerca das forças que hoje mobilizam as frações conservadoras e autoritárias da sociedade brasileira. O tumor que ora se expande na alma dos Senhores da Terra e de seus beleguins remediados é genético, originário do DNA colonial e escravagista que não admite qualquer ousadia dos subalternos na busca da maior igualdade. 

Essa marca da vida social brasileira é chocantemente óbvia e escancarada. Esse estigma resiste a todos os disfarces que os liberais- autoritários simulam com o propósito de esconder suas hipocrisias. 

Os trogloditas brasileiros acumulam no inconsciente a herança dos pensadores liberais. Mandeville, por exemplo, tinha horror a qualquer intervenção legislativa do Estado destinada a proteger “aquela parte mais mesquinha e pobre da sociedade”, condenada a desenvolver um “trabalho sujo e digno de escravos”. Recomendava enfaticamente que fossem obrigatórias para pobres e iletrados a doutrinação religiosa e a frequência à Igreja aos domingos. “Essa gente” deveria, além disso ser impedida de participar de qualquer outro divertimento no dia do Senhor.

Locke recomendava uma vigorosa ação do Estado em relação à chusma de vagabundos e desempregados. Esta rafameia deveria ser internada, para recuperação, em workhouses, verdadeiros antecessores dos campos de concentração. O grande Alexis de Toqueville indignava-se com as tentativas demagógicas dos trabalhadores de reduzir a jornada de trabalho, uma interferência indevida na liberdade de contratação entre patrões e empregados, mas não trepidava em exigir severas limitações ao afluxo da população do campo para as cidades.

domingo, 8 de abril de 2018

Liberdade

Tudo aquilo em que me colocam sem o meu consentimento será como uma prisão. Mesmo que seja Amor, se vier de maneira imposta, autoritária ou fora de hora parecerá abuso, parecerá uma prisão. Mesmo que seja uma Amizade, se funcionar com impedimentos e condições, se me poda na evolução e me obriga a repetir padrões de aceitação, será como uma prisão. Mesmo que seja Família, se me boicota, me diminui, se me agride ou humilha, física ou psicologicamente, será como uma prisão. Estejamos atentos às prisões disfarçadas pela cultura da gente, pelos costumes da gente, pelas tradições. Se para entrar em alguma relação você tiver que esconder, anular ou amputar um pedaço de si. Pode estar certo, será como uma prisão.


navegatatiana

Moda Boa


Laura: O ódio a Lula é a prova cabal de que a nossa elite é mesmo das piores do mundo.




Lula é conciliador. Foi eleito democraticamente, redistribuiu renda na base da pirâmide e democratizou a educação superior e outros serviços públicos. Não tirou renda dos mais ricos, não nacionalizou empresas, não prejudicou ninguém. Bancos lucraram muito, empresas também e ele sempre dialogou com todos eles, graças aos seus talentos de sindicalista. E isso é o que mais me choca nesse momento ao vê-lo sair preso. Passei dois dias em São Bernardo e não me sai da cabeça que se isso é o que fazem com quem concilia no Brasil, imagina o que fariam com quem enfrenta. O ódio a Lula é a prova cabal de que a nossa elite é mesmo das piores do mundo. Uma elite que não deixa sequer que se dê o mínimo para essa massa de miseráveis. Mesmo quando ganha mais. Mesmo quando vê o país melhorar em volta e sua própria segurança aumentar.


A luta pra ver Lula livre é a luta pra ver de novo alguma possibilidade de mudança. Temos que ganhar essa ou não sobra nada.



segunda-feira, 2 de abril de 2018

O entendimento do amor.

Amor não é algo que se dá para uns e para outros não, ou o amor está em você, ou não. Amor não é objeto, algo que se possa obter, devolver, separar. Amor é estado de vida, é crença legítima no valor da vida, de cada vida, no direito de existir de cada um de nós. Ao buscar o amor, não apenas companhia, não apenas distração, saiba que ele não poderá ser parcial, não poderá ser pedaço, não existirá em proporções, ele não pode ser medido, não existe amar um pouco, amar agora sim agora não, o amor simplesmente é e estará abençoando o caminho daqueles que se deixam fazer difusor quando necessário em qualquer lugar. O Amor será realidade para aqueles que oferecem como abrigo o próprio coração.


navegatatiana

Refletir

A vida não perde sentido fora, é por dentro que ela se apaga, é o interno que precisa ser continuamente visto como templo sagrado onde pensamentos são como o ar, limpos e bons ou poluídos e ruins. De tanto respirarmos tal qualidade de ar nosso corpo irá, aos poucos, refletir a saúde desse respirar. É preciso limpá-lo continuamente já que o vento de fora trará sujeiras inevitavelmente, mas com dedicação é possível deixá-lo livre de elementos que contaminam o interior. Fechar as portas não será opção pois limitará a entrada de brisas suaves, de cheiros de flores e sons naturais, o segredo está na disciplina desta tarefa, mantenha-se continuamente atento às necessidades de limpeza de si mesmo, com todo o amor, já que a pessoa que habitará esse lugar, será sempre você



navegatatiana

domingo, 1 de abril de 2018

Apelido carinhoso é realmente mto mto mto difícil de esquecer


Pra fechar o domingo com chave de Ouro

Paixão é subterfúgio do Amor
É prisão florida, masmorra encantada
É entrega e redenção
É submeter-se sem se sentir humilhar
É implorar pela dor necessária a fecundação
É lareira interna onde o fósforo está em outras mãos
É perder completamente os caprichos do Eu
Pelas delícias do Nós
É cegueira, hipnose, ego-anulação.
Enfim,
Paixão é marionete nas mãos do Amor
Inteligência universal de prolongar a vida
De existir através do outros
Desespero de perdurar... Por saber-se mortal.

navegatatiana

Esse dvd vai ser responsável por falência no fígado de muitas pessoas