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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Quem é ele que se vestia com a mesma roupa do Caio e que está ao lado da polícia?

Renato Rovai, / Blog do Rovai


"O melhor é assistir esse vídeo inteiro, mas se não tiver tempo, vá até o minuto 3:48 e siga ao menos até os 3:55. Antes disso fica claro que as cenas são do exato momento em que o cinegrafista, da Band, Santiago Andrade é atingido pelo rojão que acaba levando-o a morte. Há muitas circulando na rede a partir da divulgação desse vídeo. Veja o vídeo antes e depois leia as considerações abaixo dele.


1) Esse manifestante tem as roupas com as mesmas características que o acusado de jogar o rojão utilizava. E estava tão suado quanto o que apareceu no vídeo inicial.

2) Ao mesmo tempo apareceu hoje uma foto de Caio Silvo de Souza, que foi preso hoje pela manhã, em Feira de Santana, Bahia, brigando na catraca da estação da Central do Brasil naquele dia do conflito. E as fotos comprovam que ele também usava calça jeans e camisa cinza. Ao mesmo tempo surgiu essa montagem que pode ser apenas uma montagem diversionista (mas que também pode ser séria) onde ele não usa relógio na foto da Central e que estaria com relógio no momento em que é flagrado pelo vídeo que o levou a prisão.


Há ainda uma outra série de perguntas que estão sendo realizadas na rede.

3) Por que o advogado que está defendendo Caio é o mesmo que defende Fábio Raposo, que também foi preso por lhe entregar o rojão?

4) Qual a relação desse advogado, Jonas Tadeu Nunes, com as milícias do Rio de Janeiro?

5) Por que a primeira declaração que o advogado deu foi tentando levar Marcelo Freixo para dentro da história?

6) Por que ele antes mesmo de conversar por mais tempo com o seus clientes já saiu dizendo que eles recebiam dinheiro de partidos para participar das manifestações, mas não revelou quem os pagava? A quem essa narrativa interessa?

7) Por que o advogado Jonas Tadeu está usando uma estratégia tão arriscada para os seus clientes?

Há outras perguntas a serem feitas e este blogue não está afirmando nada.
Uma pergunta que é quase um xeque mate em todas as outras é:

8) Por que Caio assumiria um crime que não cometeu?

Essa é uma pergunta importante, mas que na opinião deste blogueiro não invalida todas as outras.

Se essas questões não forem respondidas rapidamente, vai se criar um clima de suspeita sobre as investigações. Até porque a polícia do Rio já foi flagrada mais de uma vez armando cenas contra manifestantes e utilizando P2 para isso. Até o Jornal o Globo já deu flagrante neles. Mas segue um vídeo da Mídia Ninja mostrando a farsa de forma clara."



Boechat e a Band também precisam pedir perdão à família de Santiago Andrade

Renato Rovai

A mais nova modalidade da praça é atribuir aos black blocs a responsabilidade por todos os problemas da violência no Brasil. E aproveitar o ensejo para criminalizar a todos os movimentos sociais que estão nas ruas. O mais estúpido dos atos neste sentido é a tentativa de aprovação a toque de caixa da lei anti-terrorismo no Senado.

Isso isenta a tática da violência por parte de grupos que estão nas ruas de suas responsabilidades? Claro que não. E aqui neste espaço alguns textos já foram escritos neste sentido. A quem interessar possa, seguem dois: este eeste.

Mas ao mesmo tempo será que não é o caso de verificar quem são os outros atores que apostaram nesta mesma violência que hoje condenam com tanta veemência? Um deles, você pode assistir no vídeo a seguir.

O jornalista Ricardo Boechat da TV Bandeirantes tem inúmeras qualidades. Mas fez neste vídeo o que muitos dos seus colegas fizeram, com, digamos, um pouco mais de acidez. Pede mais protestos violentos dizendo, entre outras coisas:

“Sou favorável a arranhar carro, sou favorável a revolta, sou favorável a quebra-quebra e o caralho. Mas isso é vandalismo? Vandalismo é o cacete.”

Recentemente a apresentadora Racquel Sherazade, do concorrente SBT, também defendeu a legitimidade da violência contra “o marginalzinho amarrado ao poste”. E tratou a ação como legítima defesa coletiva.

A morte de Santiago Andrade precisa ser levada em consideração e se tornar um ponto de inflexão para aqueles que nas ruas ou no conforto do Facebook defendiam a tática da violência como instrumento legítimo de luta. Mesmo que houvesse quase nada a justificar essa opção no contexto atual. Mesmo que não houvesse nenhum indício de que isso poderia levar o movimento e o país a algum ponto melhor do que o atual.

Mas ao mesmo tempo a morte de Santiago Andrade não pode se tornar uma bandeira na mão de grupos da violência. Que em geral são mobilizados por discursos midiáticos do tom de Sherazade. E até de um jornalista muito mais responsável, como Boechat.

E que também são mobilizados por veículos de comunicação como a Band, que tem nos programas de violência policial suas principais audiências.

PS: Agrego neste post o editorial da Band pedindo as forças de reação para punir os baderneiros.


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