Marxista, por princípio e prática, buscando a Práxis como metodologia de militância e luta, resistência, como enunciado por Karl Marx, estou petista.
Afirmo estou e não que sou, porque entendo o PT como um degrau - e sólido, na ascensão do proletariado brasileiro no rumo da sua emancipação e não como projeto final.
Entendo mais, que homens não fazem revoluções, isto é idealismo, mas o povo insatisfeito, buscando uma liderança que o personifique, encarne e lidere e, no Brasil, hoje, este homem tem nome: Luis Inácio Lula da Silva, o mais é coadjuvante.
Assim, entendo que sob qualquer argumento, seja de que está preso, que ficará inelegível, que haverá manobras judiciárias... O nome Lula não pode deixar de ser prioritário, entendendo ainda, que todos os artifícios usados pelos conservadores, para impedir a sua eleição mais reforçam a sua posição, dentro dos dialéticos princípios da luta de classes.
E esclareço: a adoção do marxismo não me obriga ou desobriga às alianças, preferencialmente no mesmo campo ideológico, mas até mesmo no campo oposto, se necessário, como aconteceu na Segunda Guerra Mundial, quando a União Soviética se viu aliada dos Estados Unidos e Inglaterra, contra a maldição nazista.
A aliança com a direita, no entanto, só se justifica, como a citada, entre a URSS e o Bloco Ocidental, quando o inimigo é mais forte, mais poderoso, e ameaça aniquilar os dois lados, o que os leva naturalmente à aliança.
Estamos em período de processo eleitoral e quase todos os candidatos à presidência da república têm posições ideológicas determinadas e claras, exceto um, Ciro Gomes.
Ocorre que no Brasil, hoje, não há uma ameaça totalitária, padrão nazi-fascismo, ou de outra ordem, obrigando a direita e a esquerda a se unirem, dependes e acima dos seus projetos políticos.
Dentro deste quadro e obedecendo a esses critérios, a tentativa do candidato Ciro Gomes, de buscar apoio à esquerda e à direita, ao seu nome, sem que se defina ideologicamente, demonstra um projeto pessoal, individualista, acima do que o senso comum julga o bem ou o mal.
Esta aliança de Ciro, aliada às suas declarações em relação a Lula e ao petismo, o coloca, insofismavelmente, como um atraso político, na medida em que amacia e ameniza a luta de classes, fazendo-se tentativa de ponte entre esquerda e direita, caracterizando o que denominamos “pelego”, inimigo infiltrado, mais perigoso que os inimigos declarados, porque arrebanhando incautos, os menos politizados.
Fosse um homem de esquerda e Ciro estaria ao lado de Lula, Boulos e Manuela, preparando um futuro governo de coalizão.
Fosse de direita e seria o nome que a direita não tem, patinando entre Alckmin e ninguém.
Mas Ciro quer servir aos dois lados, ter apoio dos dois lados, como se os interesses burgueses e proletários fossem conciliáveis, e não contrários, opostos, imiscíveis com água e óleo.
A máxima cristã de que não se pode e nem se consegue servir a dois senhores vale para a política e a economia também.
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