Stalin sempre foi criticado por tentar reescrever a história. Hoje, é a direita quem faz o mesmo. Uma das maiores mentiras que a direita brasileira quer impingir à posteridade é que os guerrilheiros que lutavam contra a ditadura queriam vencer não para libertar o Brasil da tirania, mas para implantar outra ditadura, a “ditadura do proletariado”.
Cuidado, jovem, não acredite em tudo que lê. Este texto do guerrilheiro Carlos Marighella, o maior inimigo da ditadura militar, que não descansou até assassiná-lo numa emboscada em 1969, diz exatamente o contrário. E é absurdamente atual. Ainda hoje eu apoiaria cada uma dessas resoluções. Fala, Marighella:
“Com a vitória da revolução, executaremos as seguintes medidas populares:
- Aboliremos os privilégios e a censura;
- Estabeleceremos a liberdade de criação e a liberdade religiosa;
- Libertaremos todos os presos políticos e eliminaremos a polícia política;
- Tornaremos efetivo o monopólio estatal das finanças, do comércio exterior, das riquezas minerais e dos serviços fundamentais;
- Confiscaremos a propriedade latifundiária, garantindo títulos de propriedade aos agricultores que trabalhem a terra;
- Eliminaremos a corrupção;
- Serão garantidos empregos a todos os trabalhadores, homens e mulheres;
- Reformaremos todo o sistema de educação;
- Daremos expansão à pesquisa cientifica;
- Retiraremos o Brasil da condição de satélite da politica exterior norte americana para que sejamos independentes.”
Cadê a “ditadura do proletariado”? Darcy Ribeiro, que foi ministro da Educação e chefe da Casa Civil do governo João Goulart, também deu seu depoimento: “Jango sempre dizia que com a reforma agrária, com milhões de proprietários, mais famílias iriam comer, viver e progredir, mais gente se fixaria no campo, a propriedade estaria defendida e o capitalismo consolidado. Nada mais oposto, como se vê, ao comunismo”. A direita, como sempre, mente. Não se deixe enganar por lobos em pele de cordeiro.
Para saber mais sobre Carlos Marighella, recomendo muito o documentário de sua sobrinha Isa Grinspum Ferraz (na íntegra):
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