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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O documentário que faltava por aqui


De Maurice Capovilla "O último dia de Lampião" 1975

Sinopse:
"Depoimentos documentais somam-se à reconstituição das últimas 24 horas de Virgulino Ferreira, o Lampião.

Com narração de Sérgio Chapelin registram-se imagens e vozes de soldados da Volante e, também, de cangaceiros sobreviventes da emboscada (ocorrida em 28 de julho de 1938), na qual morreram Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros.

O cineasta pergunta a todos eles: 'onde você estava aquele dia?'. As filmagens contaram o episódio narrado, tanto sob o ponto de vista dos cangaceiros, quanto do ponto de vista dos 'macacos' (Soldados da Volante).

Começa em Piranhas, Alagoas, onde a tropa iniciou sua movimentação, até montar a emboscada na grota de Angico. Os sobreviventes foram levados aos locais onde tudo se passou. Atores e populares (alguns parentes dos envolvidos no conflito) atuaram.

A Polícia Militar de Alagoas forneceu o armamento e soldados da PM." , sinopse extraída do livro 'Cangaço, o Nordestern no Cinema Brasileiro', org.: Maria do Rosário Caetano, Avathar Soluções Gráficas, DF, 2005.)

Observações do Diretor

O tema do cangaço chegou à Blimp Film por acaso. *Um dentista, pesquisador do cangaço, era conhecido do diretor de produção da Blimp. Por isso, ele nos deixou, para nossa avaliação, enorme texto com dados importantes dos diversos bandos de cangaceiros, especialmente do bando de Lampião. O Guga (Carlos Augusto de Oliveira) me deu o material para eu dar uma olhada. Eram informações gerais e dispersas, abarcando um amplo universo dos conflitos do cangaço.

Achei interessante, pois a pesquisa citava nomes de cangaceiros e suas localizações no espaço geográfico do Nordeste. Entre eles, muitos se encontravam no coito de Angico por ocasião da morte de Lampião.

Propus então realizar um programa que centrasse o foco nos últimos dias de Lampião, isto é, as últimas 24 horas do bando. O Guga topou na hora e o Boni (José Bonifácio Oliveira Sobrinho, irmão dele e executivo da Globo) analisou e aprovou o projeto. Necessitávamos da aprovação dele, uma vez que o orçamento para esse filme extrapolava custos habituais.

'O último dia de Lampião' foi realizado em duas etapas. Na primeira viajei com a equipe precursora e subi de Salvador, passando por Alagoas e Sergipe, Até chegar ao Recife. Fui encontrando e captando depoimento dos cangaceiros. Em Alagoas encontrei dois soldados da volante, Abdon ePanta - este foi o militar que matou Maria Bonita.




Soldados Abdon e José Panta de Godoy


Em Piranhas, consegui o depoimento dos traidores, Joca Bernardes e Durval, o irmão de Pedro de Cândido, os dois coiteiros de Lampião, que nunca tinham confessado a traição.


João de Almeida Santos, o Joca Bernardes.

Voltei a São Paulo com o material, montei e segui para a segunda etapa, que consistia em reconstituir, a partir das entrevistas feitas, os fatos que culminaram com a morte de Lampião. De grande ajuda foi Cila, mulher de José Sereno - que estava hospitalizada em São Paulo. O depoimento dela tem valor de confirmar informações contraditórias. Cila era a melhor amiga de Maria Bonita, era também a figurinista do bando e foi a nossa também. Os chapéus foram confeccionados por Dadá, mulher de , na Bahia.




Enfim, tive sorte de encontrar testemunhas oculares da história, que deram a credibilidade necessária à reconstituição dos fatos (...)'

- Trecho de depoimento de Maurice Capovilla, extraído do livro 'Cangaço, o Nordestern no Cinema Brasileiro', org.: Maria do Rosário Caetano, Avathar Soluções Gráficas, DF, 2005."

"Depoimentos dos remanescentes do grupo residentes na capital paulistana que se achavam presentes no dia da morte de Lampião e daquele que deu o tiro inicial, Abdon, nunca antes entrevistado".

Vamos ao deleite...



Fonte: Canal do excelente DocsPrimus no You Tube. Texto: www.cinemateca.gov.br
Fotos: DocsPrimus e Prints do vídeo.

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