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sábado, 30 de novembro de 2013

Esquerda X Direita: o nobre e o ressentido



Por um bom tempo entre as mensagens e material visualizados por mim em facebook predominaram os compartilhados por simpatizantes de esquerda, conhecidos e amigos vinculados a movimentos sociais e vários educadores populares, seguidores dos ensinamentos do filósofo e pedagogo Paulo Freire. Provavelmente por conta dos desdobramentos dos movimentos de junho, este pessoal tornou-se mais silencioso. Creio que estejam por demais ocupados com as atividades práticas exigidas pela educação popular neste momento histórico tão importante. 

Ultimamente, a orientação se inverteu e os simpatizantes de direita têm se manifestado mais. Na verdade, eles parecem estar gritando bastante... E eu achei até interessante prestar atenção ao que eles dizem. Apesar de não ter nenhuma simpatia pela direita, entendo que meu papel como filósofa – que é o que eu tenho me esforçado para ser –, não é exatamente defender esta ou aquela tendência, mas antes tomar contato e compreender as várias perspectivas próprias de um fenômeno em estudo, no caso os movimentos políticos contemporâneos. 

Filósofo não é ideólogo, ou pelo menos não deveria agir como tal. A paixão de um filósofo antes deve ser (entendo eu) o processo de questionamento, reflexão, compreensão e síntese em busca de verdades que são utopias no horizonte. Então, importa ouvir o que os lados opostos dizem. E daí, como chaves de interpretação do que eu tenho observado, me vêm dois conceitos de Nietzsche: o de ressentimento e o de nobreza.

Enquanto a esquerda parece empenhada em estudar e trabalhar pela mudança social (e não digo que façam isso da melhor forma, pois para afirmar tal coisa seriam necessárias muitas e muitas considerações) a gritaria da direita se resume a escárnio, xingamentos, disseminação de preconceitos e ódio. Pelo menos é isso o que eu tenho visto.

Se ideologias conflitantes são conjunto de ideias desarmônicas entre si, então seria de se esperar um debate de ideias entre os envolvidos para o benefício de todos. Mas a contribuição dos intelectuais de direita (e ai me refiro aos acadêmicos) também vem se resumindo a manifestações reacionárias, que não contribuem com nada além de disseminação de ódio e preconceito. A contribuição desses intelectuais tem se resumido a apontar o dedo para o outro com a máxima soberba e fazer julgamentos negativos sobre fundamentos que eles mesmos não explicam (se é que realmente existem e se justificam).

Lugar comum é afirmar que a direita se ressente, egoisticamente, contra aqueles que ameaçam suas posses e privilégios supérfluos. E fico eu procurando o que contrarie esta tese, talvez simplista... E não encontro. A direita dirige seus discursos inflamados, frequentemente de baixíssimo nível, contra o Lula, contra a Dilma, contra o PT. E ignora que o PT está no poder há pouco mais de uma década, enquanto o país tem problemas seculares. 

Então, a categoria do ressentido parece fazer sentido. Ressentimento pelo avanço do outro que lhe ameaça as posses e privilégios e, não duvido, ressentimento contra si mesmo, contra as próprias origens e fragilidades neste mundo de instabilidades e incertezas. Assim, escondem-se por trás da soberba e do ódio e perdem a chance de alcançar o estado de nobreza.

Para Nietzsche o nobre é um conquistador que vence o outro e as próprias limitações num processo de constante superação. Porém, a nobreza mais elevada é aquela que transborda e, assim, acaba por beneficia os não nobres, os vencidos, os deserdados... E transborda ao culminar com o não contentamento com o que é mesquinho e baixo. Um nobre não pode conviver com a miséria de seus subalternos, pois esta daria testemunho da sua insuficiência como provedor daqueles que o rodeiam. O nobre também se orgulha de prover a todos.

Não me lembro de exemplos reais desse transbordamento de nobreza por parte da direita. Me lembro de nazismo, fascismo, totalitarismo... Formas de controle que também os regimes de esquerda exerceram... E aí as elites das duas tendências, em situações extremas, se equiparam... Na prepotência de ignorar perspectivas contrárias e visualizar onde está o que beneficia o máximo de indivíduos, independentemente de disputas ideológicas. Ideologias são para serem transcendidas.

Enquanto os homens não se tornarem apaixonados pela busca por aquilo que beneficie toda a humanidade e não primeiramente seus próprios interesses e egos, a humanidade continuará envolvida em conflitos vãos e gritarias de baixo nível. Me parece que a esquerda percebe isso melhor do que a direita. Até onde eu posso ver, nos dias de hoje, quando a esquerda se manifesta com ódio é porque não lhe restou outra opção.

Via:http://claro-escuro.blogspot.com.br/2013/11/esquerda-x-direita-o-nobre-e-o.html#comment-form

PSDB e Globo se unem para esvaziar o trensalão tucano

“Ao invés de Aécio Neves e seus correligionários chamarem a imprensa para dar uma coletiva para acusar o PT, por que não aproveitaram para oferecer ao contribuinte seus sigilos fiscais, bancários e telefônicos? 

Davis Sena Filho, Brasil 247




Os caciques do PSDB se reuniram e chamaram a imprensa de mercado para repercutir suas queixas quanto às denúncias sobre corrupção de executivos das multinacionais Siemens e Alstom, além do Ministério Público Federal da Suíça. O chororô tucano uma grande pantomima, em público e transmitido pelas televisões, bem como publicados pelos jornais de seus principais aliados, que são os magnatas bilionários e proprietários da imprensa de negócios privados.

O que se viu foi um verdadeiro show de manipulações e distorções da verdade e da realidade, de gente quando é pega com as mãos na botija e não tem outra saída, a não ser acusar terceiros, neste caso o Governo trabalhista e popular de estar por trás dos malfeitos tucanos. Tais políticos acusam, de forma cínica e inconsequente, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo de ter montado e se aproveitado de um dossiê para incriminar pessoas honestas, probas, éticas e sérias, a exemplo de Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra, além de outros, que fazem parte da confraria tucana.

É sempre assim: tucanos nada assumem; nem para o bem e nem para o mal. São conhecidos também como "murilos", ou seja, aqueles que vivem em cima do muro. Se porventura cometem erros, equívocos e até mesmo crimes, não os assumem. Ao contrário, imputam suas malfeitorias aos adversários, principalmente quando o inimigo ocupa a cadeira da Presidência da República. Tucano não assume nada, mesmo quando controla o poder em âmbito federal, pois se recusa a governar de forma republicana, porque representa a burguesia, trabalha para ela, concede-lhe benefícios e mantém seus privilégios, pois governa para poucos, os ricos, seu público-alvo e essência de sua visão social sectária e míope.

As denúncias sobre o propinão tucano de R$ 577 milhões, valores que significam mais de dez mensalões do PT, tornaram-se conhecidas porque autoridades do Ministério Público da Suíça cobraram do MPF em São Paulo respostas quanto aos seus pedidos de investigação, o que não aconteceu. O motivo: o procurador Rodrigo de Grandis, velho conhecido dos políticos tucanos e envolvido no passado em polêmicas em que pessoas do PSDB foram indevidamente protegidas, simplesmente engavetou as solicitações dos suíços e, posteriormente, deu como desculpa esfarrapada ter arquivado os pedidos em uma pasta errada. Durma-se com um barulho desse.

Contudo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, interveio e ordenou que o caso seguisse seus trâmites legais, bem como afastou De Grandis do processo. A "falha" ou o desleixo proposital do procurador causou espanto ao Judiciário da Suíça e ao do Brasil, além de deixar segmentos organizados da sociedade brasileira de queixo caído. Estarrecedoras as condutas do procurador Rodrigo de Grandis, que se aproveitou de sua posição e cargo para abafar supostos crimes cometidos pelos governantes do PSDB de São Paulo no decorrer de duas décadas.

Segundo funcionários da Siemens e da Alstom que confessaram seus crimes para terem benefícios da Justiça, o esquema de pagamentos de propinas a quadros ligados ao PSDB tinha a finalidade de favorecer as empresas estrangeiras em licitações. O miliardário propinoduto tucano era uma fonte de recursos ilegais para alimentar a máquina política tucana. O Metrô de São Paulo e a CPTM, duas companhias poderosas, ricas e caixas inesgotáveis de dinheiro público foram dilapidadas pelos políticos e membros do PSDB paulista, o que me leva a afirmar que o "mensalão" do PT, que nunca foi comprovado como rezam os autos dos processos, é uma gota no mar de corrupção tucana. Não esqueçamos, jamais, das privatizações efetivadas pelo neoliberal FHC.

E a pantomima, as caras e bocas, os dedos em riste, os cenhos fechados, a falsa comoção e a indignação de atores canastrões em um filme de comédia pastelão não convenceram o público e muito menos o Ministério da Justiça, que rebateu, prontamente, as intenções dos tucanos, à frente o pré-candidato a presidente, Aécio Neves. A intenção é transferir suas responsabilidades e culpabilidades para seus adversários e como sempre aconteceu se livrarem de verdadeiras bombas prestes a explodir em seus colos.

Essas estratégias tucanas de tergiversar sobre os fatos e falsear a verdade são recorrentes. Como não assumem nada na vida e se comportam como "coxinhas" mimados que erram sem parar e nunca são corrigidos ou punidos pelos pais, os tucanos, nas esferas políticas e administrativas, acreditam que são inimputáveis, livres para agir da forma que lhes convier sem, no entanto, subjugarem-se às leis do País.

Comportam-se como "mauricinhos", verdadeiros "miamiplayboys" que tem o apoio, incondicional, das Organizações(?) Globo e da imprensa de negócios privados em geral, que dão sustentação às suas armações, a exemplo da "coletiva" que os tucanos realizaram para acusar o Governo popular e o ministro da Justiça de usarem dossiês para incriminar os tucanos paulistas que mandam há 20 anos em São Paulo e não pedem licença a ninguém para cometerem seus desmandos administrativos e associações espúrias como as efetivadas com a Siemens e a Alstom.

Na edição de hoje o jornal "O Globo" dá a entender que o propinão do PSDB, o trensalão, de R$ 577 milhões, resume-se a uma guerra entre petistas e tucanos. Tal jornal, que abandou o jornalismo e passou, juntamente com o STF, a fazer política contra os governantes trabalhistas deve considerar todo mundo ingênuo ou irremediavelmente alienado, É evidente que o ministro da Justiça, depois de receber formalmente as denúncias, iria repassar o caso à Polícia Federal, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Ministério Público Federal. Se a autoridade não o faz, ela prevarica e comete crime de responsabilidade, o que é gravíssimo em um sistema republicano, que tem como pilar o estado democrático de direito.

Quem finge não entender essas razões são exatamente quem deveria entendê-las: os políticos tucanos, pois ocupam ou ocuparam cargos administrativos, a exemplo de José Serra, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab (DEM/PSD), e os jornalistas, comentaristas e colunistas da imprensa corporativa, afinal esses órgãos comerciais e privados estão repletos de "especialistas". De prateleiras, mas especialistas. A verdade é que a "coletiva" dada pelos tucanos apenas foi uma tentativa de desviar o foco das atenções e fazer com que o governo petista seja responsabilizado pelos supostos crimes do PSDB enquanto partido que administra o Estado de São Paulo. Seria cômico se não fosse trágico.

A imprensa alienígena e de passado e presente golpista mais uma vez se coloca à disposição para levar confusão à sociedade brasileira. Mas não vai colar. Os supostos crimes perpetrados pela Siemens e Alstom tem autoria, pessoas envolvidas, denúncias e investigações no Brasil e no exterior., com direito à delação premiada por parte de funcionários estrangeiros. Somente a imprensa, o PSDB e o doutor Rodrigo de Grandis não enxergam o que é visível e por isso tentam justificar o injustificável.

O que esses grupos esperavam? Que a administração do prefeito Fernando Haddad se calasse e se tornasse cúmplice de supostos crimes de R$ 577 milhões? Valores investigados até o momento, porque o rombo pode ser muito maior, afinal são quase duas décadas de administrações tucanas, que em âmbito federal venderam o Brasil na década de 1990.

O dinheiro arrecadado não foi investido na infraestrutura do País ou em saúde e educação, mas até hoje os tucanos se exibem e deitam falação sobre seus feitos, como se eles fossem dignos de admiração ou aplausos. Vendaram o Brasil. O submeteram ao FMI três vezes, porque o País quebrou três vezes e os tucanos e a imprensa de mercado ainda cantam loas e boas sobre as privatizações, uma verdadeira pirataria ao patrimônio nacional, e à falta de perspectiva de melhorar de vida por parte do povo brasileiro.

O Globo apostou hoje em dossiês e coisa e tal. Pura armação para confundir a sociedade e manipular a verdade. Os crimes, se aconteceram, tem a digital tucana e a cumplicidade dos magnatas bilionários da imprensa hegemônica de caráter imperialista. Então vamos à pergunta que teima em não se calar para sabermos se os políticos do PSDB estão a ser sinceros: Por que ao invés de Aécio Neves e seus correligionários chamarem a imprensa para dar uma coletiva para acusar o PT do que o partido não fez, porque eles não aproveitaram a oportunidade para oferecer ao contribuinte seus sigilos fiscais, bancários e telefônicos?

Os cidadãos e trabalhadores brasileiros e principalmente os paulistas agradeceriam pelo espírito público dos tucanos. Todavia, nenhum deles apresentou qualquer intenção de abrir seus sigilos. Os tucanos realmente consideram que seus atos e ações são realmente inimputáveis e, por sua vez, inventam, sistematicamente, a criação de dossiês para acobertar seus supostos crimes.


É sempre assim que eles agem, pois essa estratégia já ocorreu em inúmeros episódios do passado. No final, tucano que comete crime vira vítima e os órgãos de controle e fiscalização que investigam são condenados pela imprensa empresarial como orquestradores de planos para incriminar os homens e mulheres honestos, éticos e republicanos do PSDB. Mas dessa vez não vai colar. É isso aí.’

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Flamengo é campeão da Copa do Brasil 2013

E o Maior do Brasil levantou mais uma Taça para alegria de Muitos e o desespero de muitos também. Mas não adianta. Aqui é Flamengo

Mosaico "Conte Comigo Mengão" 







quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Cardozo rebate PSDB: “Me recuso a ser engavetador”

Do Brasil 247


Em resposta à cúpula do PSDB, que pediu hoje sua cabeça, ministro da Justiça fala duro; "A época de engavetador geral já acabou", disse ele, para justificar envio de denúncias contra tucanos à Polícia Federal, por suspeita de envolvimento em cartel no contrato de trens e Metrô em São Paulo, com Alstom e Siemens; declaração vem a calhar depois que o procurador de São Paulo Rodrigo de Grandis engavetou durante dois anos e oito meses pedido de colaboração da Justiça suíça no caso; em resposta à afirmação dos tucanos de que são diferentes dos petistas, Cardozo afirma: "Todos são iguais perante à lei"; denúncia cita Aloysio Nunes, José Aníbal, Edson Aparecido e Arnaldo Jardim, do PPS, mas ligado a tucanos


247 – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, falou duro na tarde desta terça-feira 26 ao responder a cúpula do PSDB, que pediu sua cabeça (leia aqui) devido à denúncia de cartel envolvendo nomes importantes do partido apresentada por ele à Polícia Federal. "A época de engavetador geral já acabou. Eu me recuso ser um engavetador geral de denúncias. As denúncias que chegarem às minhas mãos serão sempre encaminhadas à PF para fazer uma investigação imparcial", disse Cardozo.

A declaração é feita cerca de um mês depois de o procurador da República Rodrigo de Grandis ser acusado de engavetar um pedido de colaboração de procuradores suíços no caso Siemens. Segundo De Grandis, que contou que o documento foi guardado numa gaveta errada e, por isso, arquivado indevidamente, houve uma "falha administrativa" na Procuradoria de São Paulo. O pedido ficou longe do conhecimento do órgão por dois anos e oito meses.

Segundo Cardozo, cabe a ele, como ministro da Justiça, apenas solicitar a investigação, que será coordenada por um delegado de polícia. Mais cedo, os tucanos afirmaram que ele não tinha condições de chefiar as investigações. "O presidente do PSDB disse que o ministro da Justiça não tem condições de coordenar e chefiar as investigações. Quem faz isso é o delegado de polícia. Há um ligeiro equívoco jurídico, meu poder se limita a pedir investigação que é feita com absoluta autonomia", disse.

O ministro da Justiça lamentou ainda que o suposto esquema envolvendo multinacionais e governos do PSDB em São Paulo tenha se transformado em disputa política. "Acho muito ruim que investigações sejam transformadas em disputa política, em dizer que 'conosco não que somos diferentes'. Todos são iguais perante à lei", rebateu. Aécio Neves também disse mais cedo que os tucanos eram diferentes dos petistas, numa referência ao caso do 'mensalão'.

"Se há denúncias, não importa contra quem seja, o ministro tem que ser pedir investigação. Senão é prevaricação", afirmou Cardozo. A denúncia apresentada pelo ministro da Justiça à PF cita os nomes do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), do secretário de Energia José Aníbal (PSDB-SP), do deputado licenciado e atual chefe da Casa Civil do governo paulista, Edson Aparecido, e do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), ligado a tucanos.

domingo, 24 de novembro de 2013

Primeiro fomos estupradas, agora enterramos nossos filhos. E assim se fecha o ciclo da violência no Brasil.

Por Márcia Santos Severino para as Blogueiras Negras

No Brasil atual temos visto o esforço de intelectuais para tentar explicar a escalada da violência no país. Tal esforço é de suma importância, no entanto, muitas das teses parecem esconder um viés fundamental para essa análise: nosso passado obscuro.

Com efeito a violência no país se generaliza de forma mais contundente com a chegada da civilização européia ao nosso território. Sim, a civilização, o desenvolvimento, os bons costumes da cultura européia geraram um ciclo de violência no Brasil que persiste até a nossa atualidade.

Aqui buscarei fazer uma análise da ótica que nos importa e interessa, a ótica da mulher negra. Ora, a tal miscigenação nacional que apontavam os arautos da democracia racial no país, não foi feita à base do romance e do amor, mas sim à base da violência e da opressão. Vejamos como se inicia o ciclo de violência que até hoje açoita a nós negros: o senhor de engenho que via em seus escravos nada mais nada menos do que máquinas de trabalho que deveriam produzir para gerar sua riqueza, não tratava de forma diferente suas escravas, meras máquinas de reprodução dos trabalhos domésticos e do sexo fácil para os senhores e seus filhos. Como máquinas não possuem sentimentos e nem alma, a violência sexual sobre as escravas se dá de forma natural para os poderosos senhores que despejavam suas frustrações sexuais no corpo, transformado em máquina, dessas mulheres.

As crianças negras bastardas frutos dessa violência tiveram o seu lugar no ciclo violento que se fecharia: como não seriam jamais considerados filhos e membros da família do senhor, teriam lá sua serventia, qual seja, reprimir e caçar seus próprios ascendentes e descendentes escravos impedindo-os de qualquer fuga, qualquer resistência. São os capitães do mato. Aí começa a lógica do irmão matando irmão. A casa grande talvez não imaginasse a importância dessa inve(n)rsão.

Com o fim da escravidão, os ex-escravos foram literalmente jogados no mundo. Sem nunca ter tido acesso à educação, sem nunca ter vivido em uma sociedade mercantil e sem nunca antes terem tido a “liberdade” pregada pelo liberalismo burguês capitalista, era óbvio o abismo que se criaria entre eles e o resto da sociedade. Estava inscrita a lógica da marginalidade. O negro na sociedade brasileira nunca se marginalizou mas sim foi marginalizado desde os primórdios da fundação dela.

Para certificar-se de que nos separariam ainda mais para prosseguirem nos dominando, trataram de gerar divisões, assim, existiam os negros da casa grande e os negros do eito.

Os últimos eram responsáveis pelas funções mais rústicas, não sabiam ler e escrever e não possuíam contatos que pudessem lhes auxiliar de alguma maneira. Viviam de “bicos” e muitas vezes tornavam-se viciados em álcool, dando início, assim, ao nosso drama com o alcoolismo que persiste até os dias de hoje. Já as mulheres negras desse grupo, podemos dizer que foram menos desafortunadas pois conseguiram postos como empregadas, lavadeiras e cozinheiras. Começa aí nosso drama com o trabalho doméstico “assalariado” persistente também até os dias atuais.

Tal situação desestruturou nossas famílias nos encaminhando, entre outras coisas, para pequenos crimes e prostituição. Isso não foi uma opção que nos foi dada, isso foi claramente imposto, diante das condições que nos deram. Já os negros da casa grande, conseguiram ao menos sobreviver de maneira um pouco menos sofrida. Alguns sabiam ler e escrever e tinham alguma influência, sendo integrados de forma ínfima.

Hoje esse passado obscuro bate à nossa porta. O capitão do mato ainda existe é, nada mais nada menos que a polícia. As mulheres negras que no passado foram violentadas, hoje enterram seus filhos vítimas da violêncuia urbana. Ah! A cidade! Dento dela o lugar do negro desde o início foi a favela. Jogados no mundo sem ter para onde ir, como alugar ou comprar uma casa? Não bastasse isso vieram as piores drogas. Drogas: a melhor invenção que o capitalismo poderia criar para manter sua hegemonia.

Continuam injetando-as dentro da periferia e, aliás, porque será que o poder público não se empenha em debater a descriminalização delas?

Como podem perceber o papel de todos os negros mas, principalmente da mulher negra em todo esse processo é um papel subalterno. A mulher negra não é dona de seu corpo não tem escolhas e a violência faz parte de seu íntimo e de seu cotidiano.

O grande genocício empetrado principalmente contra os homens negros traz em seu bojo um passado onde está (ainda) presente a divisão dos irmãos e o que é principal: a fragilização de um dos maiores símbolos de resistência aos arbítrios da dita “civilização”: a mulher negra.

Os 10 privilégios dos petistas presos

A começar, a prisão foi decretada em uma data toda especial. A última vez que tanta gente foi presa em um 15 de novembro foi em 1889.

Antonio Lassance - Carta Maior

É grande e escandalosa a lista de privilégios a que José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares estão usufruindo em sua estada no Planalto Central.

1) A começar, a prisão foi decretada em uma data toda especial. A última vez que tanta gente foi presa em um 15 de novembro foi na própria Proclamação, em 1889. Os presidiários eram, em sua maioria, da Família Real, os Orleans e Bragança. Ou seja, a data não é para qualquer um.

2) Eles (os petistas, não os Orleans e Bragança) tiveram o privilégio de serem presos antes do fim do processo, o que também não é pra qualquer um.

3) Os três, como poucos, foram presos sem a expedição da carta de sentença, o que constitui uma ilegalidade.

4) A lei determina que o preso deve cumprir a pena em seu estado de origem, a não ser excepcional e justificadamente. Mas eles tiveram o privilégio de serem levados a Brasília, de jatinho, por ordem não de um juiz qualquer, mas de Sua Excelência Excelsa e Magnânima, o presidente do Supremo. A falta de um motivo declarado para essa operação espetaculosa gerou a estranheza de ministros do próprio STF, tamanho o... privilégio.

5) Condenados ao regime semiaberto, foram levados a um privilegiado estabelecimento prisional de regime fechado.

6) O fato provocou a hesitação do diretor do Complexo Penitenciário da Papuda em recebê-los. O impasse garantiu aos condenados o privilégio de ficarem mais de quatro horas dentro de um ônibus, aguardando uma decisão.

7) Para abreviar a demora e poupá-los do cansaço, eles tiveram o privilégio de passar o final de semana naquele mesmo aprazível estabelecimento, contrariando o regime semiaberto. Uma comentarista de TV, sem ruborizar, externou sua opinião de que isso não poderia ser considerado prisão, e sim “custódia”. Valeu pela tentativa.

8) Juristas como Dalmo Dallari, Hélio Bicudo, Ives Gandra Martins e Reginaldo Oscar de Castro consideram que a situação a que José Genoíno foi submetido fere as leis brasileiras e é uma clara violação aos tratados internacionais. Realmente, não é qualquer um que tem o privilégio de ter juristas desse naipe preocupados com suas condições. Não importa quais sejam as condições; o que vale é o privilégio de receber tais comentários.

9) Segundo o Instituto Médico Legal, Genoíno precisa de "cuidados específicos medicamentosos e gerais, controle periódico por exames de sangue, dieta hipossódica, hipograxa e adequada aos medicamentos utilizados, bem como avaliação médica cardiológica especializada regular". Por fazer uso regular de anticoagulante oral, deve ser submetido a exames de sangue periódicos para verificar sua coagulação sanguínea. É mesmo muita mordomia. Estão querendo fazer o Estado de babá.

10) Mas o cúmulo do privilégio quem teve não foi nenhum dos presos, e sim o senhor Henrique Pizzolatto, que garantiu o requinte de ter sua situação relatada pela comentarista de assuntos da Santa Sé, Ilze Scamparini. Graças a ela, veio a revelação de que a pronúncia correta dos zês de Pizzolato é a mesma da palavra pizza (tipo “pitzolato”). A primeira matéria foi feita pela repórter tendo justamente uma “pizzeria” ao fundo. De quem terá sido a tão sofisticada ideia? De todo modo, pelo didatismo, “grazie”!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Somos todos PT!


Ao cair da tarde de ontem, a indignação já não cabia mais no peito. Tornou-se difusa, errática, descontrolada e insensata, até. Voltou-se inclusive contra o alvo da injustiça, o próprio PT, por loucura que pareça eu ter agido assim. Afinal, a permanecer na retranca, o partido presta colaboracionismo às hordas selvagens que o fustigam.

Genoino finalmente enfartou. Era o que esperavam para enviá-lo ao hospital. Acudi-lo só quando chegou aos umbrais da morte lembra o que faziam os torturadores do regime militar quando as vítimas de suas sevícias chegavam ao limite da resistência humana e só então os algozes as cuidavam a fim de que pudessem suportar mais torturas.

Escrevo uma saraivada de impropérios nas redes sociais… Perdi o controle. A indignação pode ser uma droga, em certo grau.

Eis que o amigo bem-informado telefona e recomenda calma. Tranquiliza-te. Eles foram longe demais. A reação está começando. Movimentos sociais, centrais sindicais, políticos, militantes, blogueiros, tuiteiros, estudantes, jovens, idosos, homens e mulheres de todo o país estão se erguendo contra a injustiça. Logo mostrarão a força de nossa indignação.

Muitos jamais se filiaram nem virão a se filiar ao PT. Grande parte é crítica ao partido, em maior ou menor grau – e estou entre eles. Acusam-no de fazer concessões à direita, de incoerências. Enfim, acusam-no de tudo. Às vezes com razão… Mas a imagem daqueles três homens sendo enclausurados sem um julgamento justo, revolta ao impensável.

De repente, muitos enxergam que, neste país, cadeia é só para preto, pobre, prostituta e, agora, também para petista. O escândalo é com a oposição? Eles dão um jeito de meter o PT no meio. O Jornal Nacional conseguiu colocá-lo até no escândalo dos trens comprados pelo PSDB de SP.

Nunca ficou tão claro a tantos que alguns tentam destruir um partido político por todo e qualquer meio possível e imaginável. Mesmo os que resistem a esse partido se perguntam se podem compactuar com esse fascismo em estado puro, com essa “petefobia” delirante que se sustenta na mentira, na distorção, no acobertamento, na trapaça.

Muitos vão se surpreendendo ao descobrir que os “poderosos” que os jornais dizem que finalmente estão sendo punidos não passam de homens que estão longe de ter enriquecido na política e que um deles é praticamente um espartano, em termos de modo de vida.

Não importa o que você pensa do PT. Se não nutrir ódio pelo partido, mas meramente uma discordância legítima, não pode compactuar com o que estão fazendo. Você é capaz de se olhar no espelho e dizer que o PT é o único partido que merece ter membros presos?

Só um demente pode dizer justo que os únicos políticos presos sejam José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares. Só um hipócrita crônico pode aceitar isso enquanto tantos corruptos que enriqueceram até estourar estão vagando há décadas por aí sem jamais ter sido incomodados.

Não, você que é uma pessoa decente, que tem consciência, que não se entrega à perversão que tomou alguns setores de nossa sociedade sabe que sempre haverá tempo para combater o PT por esta ou por aquela razão, mas não é agora. Neste momento, barrar a tentativa de destruição de um partido político como o PT é uma causa da democracia.

E, se discorda, nem perca seu tempo dizendo que não o represento. Nem sonharia em falar por aqueles ou para aqueles que adotam a conduta que a charge que ilustra este post reproduz. Minha indignação não é seletiva. Falo para e pelas pessoas lúcidas, de caráter, com vergonha na cara, com um mínimo senso de justiça. E por mais e para mais ninguém.


Eduardo Guimarães


Via:http://wwwterrordonordeste.blogspot.com.br/

Para além do “mensalão”

De saída quero dizer que nunca fui filiado ao PT. Interesso-me pela causa que ele representa pois a Igreja da Libertação colaborou na sua formulação e na sua realização nos meios populares


Leonardo Boff - Brasil de Fato - 17/09/2012

á um provérbio popular alemão que reza: “você bate no saco, mas pensa no animal que carrega o saco”. Ele se aplica ao PT com referência ao processo do “mensalão”. Você bate nos acusados, mas tem a intenção de bater no PT. A relevância espalhafatosa que o grosso da mídia está dando à questão mostra que o grande interesse não se concentra na condenação dos acusados, mas através de sua condenação, atingir de morte o PT.

De saída quero dizer que nunca fui filiado ao PT. Interesso-me pela causa que ele representa pois a Igreja da Libertação colaborou na sua formulação e na sua realização nos meios populares. Reconheço com dor que quadros importantes da direção do partido se deixaram morder pela mosca azul do poder e cometeram irregularidades inaceitáveis. Muitos sentimo-nos decepcionados, pois depositávamos neles a esperança de que seria possível resistir às seduções inerentes ao poder. Tinham a chance de mostrar um exercício ético do poder na medida em que este poder reforçaria o poder do povo que assim se faria participativo e democrático. Lamentavelmente houve a queda. Mas ela nunca é fatal. Quem cai, sempre pode se levantar. Com a queda não caiu a causa que o PT representa: daqueles que vem da grande tribulação histórica sempre mantidos no abandono e na marginalidade. Por políticas sociais consistentes, milhões foram integrados e se fizeram sujeitos ativos. Eles estão inaugurando um novo tempo que obrigará todas as forças sociais a se reformularem e também a mudarem seus hábitos políticos.

Por que muitos resistem e tentam ferir letalmente o PT? Há muitas razões. Ressalto apenas duas decisivas.

A primeira tem a ver com uma questão de classe social. Sabidamente temos elites econômicas e intelectuais das mais atrasadas do mundo, como soía repetir Darcy Ribeiro. Estão mais interessadas em defender privilégios do que garantir direitos para todos. Elas nunca se reconciliaram com o povo. Como escreveu o historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma no Brasil 1965,14), elas “negaram seus direitos, arrasaram sua vida e logo que o viram crescer, lhe negaram, pouco a pouco, a sua aprovação, conspiraram para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continuam achando que lhe pertence”. Ora, o PT e Lula vem desta periferia. Chegaram democraticamente ao centro do poder. Essas elites tolerariam Lula no Planalto, apenas como serviçal, mas jamais como presidente. Não conseguem digerir este dado inapagável. Lula presidente representa uma virada de magnitude histórica. Essas elites perderam. E nada aprenderam. Seu tempo passou. Continuam conspirando, especialmente, através de uma mídia e de seus analistas, amargurados por sucessivas derrotas como se nota nestes dias, a propósito de uma entrevista montada de Veja contra Lula. Estes grupos se propõem apear o PT do poder e liquidar com seus líderes.

A segunda razão está em seu arraigado conservadorismo. Não quererem mudar, nem se ajustar ao novo tempo. Internalizaram a dialética do senhor e do servo. Saudosistas, preferem se alinhar de forma agregada e subalterna, como servos, ao senhor que hegemoniza a atual fase planetária: os USA e seus aliados, hoje todos em crise de degeneração. Difamaram a coragem de um presidente que mostrou a autoestima e a autonomia do país, decisivo para o futuro ecológico e econômico do mundo, orgulhoso de seu ensaio civilizatório racialmente ecumênico e pacífico. Querem um Brasil menor do que eles para continuarem a ter vantagens.

Por fim, temos esperança. Segundo Ignace Sachs, o Brasil, na esteira das políticas republicanas inauguradas pelo PT e que devem ser ainda aprofundadas, pode ser a Terra da Boa Esperança, quer dizer, uma pequena antecipação do que poderá ser a Terra revitalizada, baixada da cruz e ressuscitada. Muitos jovens empresários, com outra cabeça, não se deixam mais iludir pela macroeconomia neoliberal globalizada. Procuram seguir o novo caminho aberto pelo PT e pelos aliados de causa. Querem produzir autonomamente para o mercado interno, abastecendo os milhões de brasileiros que buscam um consumo necessário, suficiente e responsável e assim poderem viver um desafogo com dignidade e decência. Essa utopia mínima é factível. O PT se esforça por realizá-la. Essa causa não pode ser perdida em razão da férrea resistência de opositores superados porque é sagrada demais pelo tanto de suor e de sangue que custou.



*Leonardo Boff é teólogo, filósofo, escritor e dr.h.causa em política pela Universidade de Turim por solicitação de Norberto Bobbio.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

MANIFESTO: DALLARI E BANDEIRA REPUDIAM BARBOSA - E o futuro do Estado de Direito ?

Na foto, ministros chegam para sessão solene no Supremo


Os outros ministros do Supremo não vão fazer nada diante de uma violação que só o desejo do espetáculo justifica? 
E o futuro do estado de Direito ?



O Conversa Afiada reproduz manifesto que tem os juristas Dalmo Dallari e Celso Bandeira de Mello entre os signatários:


A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal de mandar prender os réus da Ação Penal 470 no dia da proclamação da República expõe claro açodamento e ilegalidade. Mais uma vez, prevaleceu o objetivo de fazer do julgamento o exemplo no combate à corrupção.

Sem qualquer razão meramente defensável, organizou-se um desfile aéreo, custeado com dinheiro público e com forte apelo midiático, para levar todos os réus a Brasília. Não faz sentido transferir para o regime fechado, no presídio da Papuda, réus que deveriam iniciar o cumprimento das penas já no semiaberto em seus estados de origem. Só o desejo pelo espetáculo justifica.

Tal medida, tomada monocraticamente pelo ministro relator Joaquim Barbosa, nos causa profunda preocupação e constitui mais um lamentável capítulo de exceção em um julgamento marcado por sérias violações de garantias constitucionais.

A imprecisão e a fragilidade jurídica dos mandados expedidos em pleno feriado da República, sem definição do regime prisional a que cada réu teria direito, não condizem com a envergadura da Suprema Corte brasileira.

A pressa de Joaquim Barbosa levou ainda a um inaceitável descompasso de informação entre a Vara de Execução Penal do Distrito Federal e a Polícia Federal, responsável pelo cumprimento dos mandados.

O presidente do STF fez os pedidos de prisão, mas só expediu as cartas de sentença, que deveriam orientar o juiz responsável pelo cumprimento das penas, 48 horas depois que todos estavam presos. Um flagrante desrespeito à Lei de Execuções Penais que lança dúvidas sobre o preparo ou a boa fé de Joaquim Barbosa na condução do processo.

Um erro inadmissível que compromete a imagem e reputação do Supremo Tribunal Federal e já provoca reações da sociedade e meio jurídico. O STF precisa reagir para não se tornar refém de seu presidente.

A verdade inegável é que todos foram presos em regime fechado antes do “trânsito em julgado” para todos os crimes a que respondem perante o tribunal. Mesmo os réus que deveriam cumprir pena em regime semiaberto foram encarcerados, com plena restrição de liberdade, sem que o STF justifique a incoerência entre a decisão de fatiar o cumprimento das penas e a situação em que os réus hoje se encontram.

Mais que uma violação de garantia, o caso do ex-presidente do PT José Genoino é dramático diante de seu grave estado de saúde. Traduz quanto o apelo por uma solução midiática pode se sobrepor ao bom senso da Justiça e ao respeito à integridade humana.

Tais desdobramentos maculam qualquer propósito de fazer da execução penal do julgamento do mensalão o exemplo maior do combate à corrupção. Tornam também temerária a decisão majoritária dos ministros da Corte de fatiar o cumprimento das penas, mandando prender agora mesmo aqueles réus que ainda têm direito a embargos infringentes.
Querem encerrar a AP 470 a todo custo, sacrificando o devido processo legal. O julgamento que começou negando aos réus o direito ao duplo grau de jurisdição conheceu neste feriado da República mais um capítulo sombrio.

Sugerimos aos ministros da Suprema Corte, que na semana passada permitiram o fatiamento das prisões, que atentem para a gravidade dos fatos dos últimos dias. Não escrevemos em nome dos réus, mas de uma significativa parcela da sociedade que está perplexa com a exploração midiática das prisões e temem não só pelo destino dos réus, mas também pelo futuro do Estado Democrático de Direito no Brasil.

19 de Novembro de 2013



Juristas e advogados

- Celso Bandeira de Mello - jurista, professor emérito da PUC-SP
- Dalmo de Abreu Dallari - jurista, professor emérito do USP
- Pedro Serrano - advogado, membro da comissão de estudos constitucionais do CFOAB
- Pierpaolo Bottini - advogado
- Marco Aurélio de Carvalho – jurista, professor universitário e secretário do setorial jurídico do PT.

- Antonio Fabrício - presidente da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas e Diretor Financeiro da OAB/MG
- Bruno Bugareli - advogado e presidente da comissão de estudos constitucionais da OAB-MG
- Felipe Olegário - advogado e professor universitário
- Gabriela Araújo – advogada
- Gabriel Ciríaco Lira – advogado
- Gabriel Ivo - advogado, professor universitário e procurador do Estado. 
- Jarbas Vasconcelos – presidente da OAB/PA
- Luiz Guilherme Conci - jurista, professor universitário e presidente coordenação do Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos do CFOAB
- Marcos Meira - advogado
- Rafael Valim - advogado e professor universitário
- Weida Zancaner- jurista e advogada 


Apoio dos partidos e entidades

- Rui Falcão - presidente nacional do PT
- Renato Rabelo – presidente nacional do PCdoB
- Vagner Freitas – presidente nacional da CUT
- Adílson Araújo – presidente nacional da CTB
- João Pedro Stédile – membro da direção nacional do MST
- Ricardo Gebrim – membro da Consulta Popular
- Wellington Dias - senador, líder do PT no Senado e membro do Diretório Nacional – PT/PI
- José Guimarães - deputado federal, líder do PT na Câmara e secretário nacional do PT
- Alberto Cantalice - vice-presidente nacional do PT
- Humberto Costa – senador e vice-presidente nacional do PT
- Maria de Fátima Bezerra - vice-presidente nacional do PT, deputada federal PT/RN
- Emídio de Souza - ex-prefeito de Osasco e presidente eleito do PT/SP
- Carlos Henrique Árabe – secretário nacional de formação do PT
- Florisvaldo Raimundo de Souza - secretário nacional de organização do PT
- Francisco Rocha – Rochinha – dirigente nacional do PT
- Jefferson Lima - secretário nacional da juventude do PT
- João Vaccari Neto - secretário nacional de finanças do PT
- Laisy Moriére – secretária nacional de mulheres PT
- Paulo Frateschi - secretário nacional de comunicação do PT
- Renato Simões - secretário de movimentos populares do PT

- Adriano Diogo – deputado estadual PT/SP e presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALESP
- Alfredo Alves Cavalcante – Alfredinho – vereador de São Paulo – PT/SP
- André Tokarski – presidente nacional da UJS
- André Tredezini – ex-presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto
- Arlete Sampaio - comissão executiva nacional do PT e deputada distrital do DF
- Alexandre Luís César - deputado estadual/MT e membro do diretório nacional do PT/MT
- Antonio Rangel dos Santos - membro do diretório nacional PT/RJ
- Artur Henrique - ex-presidente da CUT e diretor da Fundação Perseu Abramo – PT
- Benedita da Silva - comissão executiva nacional e deputada federal PT/RJ
- Bruno Elias - PT/SP
- Carlos Magno Ribeiro - membro do diretório nacional do PT/MG
- Carlos Veras –presidente da CUT/PE
- Carmen da Silva Ferreira – liderança do MSTC (Movimento Sem Teto do Centro)/FLM (Frente de Luta por Moradia)
- Catia Cristina Silva – secretária municipal de Combate ao Racismo – PT/SP
- Dirceu Dresch - deputado estadual/SC
- Doralice Nascimento de Souza - vice-governadora do Amapá
- Edson Santos - deputado federal – PT/RJ
- Elói Pietá - membro do diretório nacional – PT/SP
- Enildo Arantes – vice-prefeito de Olinda/PE
- Erik Bouzan – presidente municipal de Juventude – PT/SP
- Estela Almagro - membro do diretório nacional PT/SP e vice-prefeita de Bauru
- Fátima Nunes - membro do diretório nacional – PT/BA
- Fernanda Carisio - executiva do PT/RJ
- Frederico Haddad – estudante de Direito/USP e membro do Coletivo Graúna
- Geraldo Magela - membro do diretório nacional – PT/DF
- Geraldo Vitor de Abreu - membro do diretório nacional – PT
- Gleber Naime – membro do diretório nacional – PT/MG
- Gustavo Tatto – presidente eleito do Diretório Zonal do PT da Capela do Socorro
- Humberto de Jesus – secretário de assistência social, cidadania e direitos humanos de Olinda/PE
- Ilário Marques - PT/CE
- Iole Ilíada - membro do diretório nacional – PT/SP
- Irene dos Santos - PT/SP
- Joaquim Cartaxo - membro do diretório nacional – PT/CE e vice-presidente do PT no Ceará
- João Batista - presidente do PT/PA
- Joao Guilherme Vargas Netto - consultor sindical
- João Paulo Lima – ex-prefeito de Recife e deputado federal PT/PE
- Joel Banha Picanço - deputado estadual/AP
- Jonas Paulo - presidente do PT/BA
- José Reudson de Souza - membro do diretório nacional do PT/CE
- Juçara Dutra Vieira - membro do diretório nacional – PT
- Juliana Cardoso - presidente municipal do PT/SP
- Juliana Borges da Silva – secretária municipal de Mulheres PT/SP e membro do Coletivo Graúna
- Laio Correia Morais – estudante de Direito/PUC-SP e membro do Coletivo Graúna
- Lenildo Morais - vice-prefeito de Patos/PB
- Luci Choinacki – deputada federal PT/SC
- Luciana Mandelli - membro da Fundação Perseu Abramo – PT/BA
- Luís César Bueno - deputado estadual/GO e presidente do PT de Goiânia
- Luizianne Lins – ex-prefeita de Fortaleza e membro do diretório nacional do PT/CE
- Maia Franklin – ex-presidenta do Centro Acadêmico XI de Agosto
- Marcelo Santa Cruz – vereador de Olinda/PE
- Márcio Jardim - membro da comissão executiva estadual do PT/MA
- Márcio Pochmann – presidente da Fundação Perseu Abramo
- Margarida Salomão - deputada federal – PT/MG
- Maria Aparecida de Jesus - membro da comissão executiva nacional – PT/MG
- Maria do Carmo Lara Perpétuo - comissão executiva nacional do PT
- Maria Rocha – vice-presidenta do diretório municipal PT/SP
- Marinete Merss - membro do diretório nacional – PT/SC
- Markus Sokol – membro do diretório nacional do PT/SP
- Marquinho Oliveira - membro do diretório nacional PT/PA
- Mirian Lúcia Hoffmann - PT/SC
- Misa Boito - membro do diretório estadual – PT/SP
- Nabil Bonduki – vereador de São Paulo/SP – PT/SP
- Neyde Aparecida da Silva - membro do diretório nacional do PT/GO
- Oswaldo Dias - ex-prefeito de Mauá e membro do diretório nacional – PT/SP
- Pedro Eugenio – deputado federal PT/PE
- Rachel Marques - deputada estadual/CE
- Raimundo Luís de Sousa – PT/SP
- Raul Pont - membro do diretório nacional PT/RS e deputado estadual/RS
- Rogério Cruz – secretário estadual de Juventude – PT/SP
- Romênio Pereira - membro do diretório nacional – PT/MG
- Rosana Ramos - PT/SP
- Selma Rocha - diretora da Escola Nacional de Formação do PT
- Silbene Santana de Oliveira - PT/MT
- Sônia Braga - comissão executiva nacional do PT, ex-presidente do PT no Ceará
- Tiago Soares - PT/SP
- Valter Pomar – membro do Diretório Nacional do PT/SP
- Vilson Oliveira - membro do diretório nacional – PT/SP
- Virgílio Guimarães - membro do diretório nacional – PT/MG
- Vivian Farias – secretária de comunicação PT/PE
- Willian César Sampaio - presidente estadual do PT/MT
- Zeca Dirceu – deputado federal PT/PR
- Zezéu Ribeiro – deputado estadual do PT/BA


Apoios da sociedade civil

- Rioco Kayano
- Miruna Genoino
- Ronan Genoino
- Mariana Genoino
- Altamiro Borges – jornalista
- Andrea do Rocio Caldas – diretora do setor de educação/UFPR
- Emir Sader – sociólogo e professor universitário/UERJ
- Eric Nepomuceno – escritor
- Fernando Morais – escritor
- Fernando Nogueira da Costa – economista e professor universitário
- Galeno Amorim – escritor e gestor cultural
- Glauber Piva – sociólogo e ex-diretor da Ancine
- Gegê – vice-presidente nacional da CMP (Central de Movimentos Populares)
- Giuseppe Cocco – professor universitário/UFRJ
- Henrique Cairus – professor universitário/UFRJ
- Hildegard Angel - jornalista
- Ivana Bentes – professora universitária/UFRJ
- Izaías Almada – filósofo
- João Sicsú – economista e professor universitário/UFRJ
- José do Nascimento Júnior – antropólogo e gestor cultural
- Laurindo Lalo Leal Filho – jornalista e professor universitário
- Luiz Carlos Barreto – cineasta
- Lucy Barreto – produtora cultural
- Maria Victória de Mesquita Benevides – socióloga e professora universitária/USP
- Marilena Chauí – filósofa e professora universitária/USP
- Tatiana Ribeiro – professora universitária/UFRJ
- Venício de Lima – jornalista e professor universitário/UNB
- Xico Chaves – artista plástico
- Wanderley Guilherme dos Santos – professor titular de teoria política (aposentado da UFRJ).

Clique aqui para ler “Santayana e Barbosa: o júbilo e a hipocrisia”.

Aqui para “Brito e Barbosa: a marca de Caim”

E aqui para “Não se desespere. Jânio Quadros vem aí !”

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Breve diálogo sobre o STF, a politica e a violação do Direito no Brasil

Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre



— Onde está o Luiz Estevão? Tá solto, dotô.

— Onde está o Pimenta Neves? Tá solto, dotô.

— Cadê o Brilhante Ustra? Tá solto, leve e livre.

— Por onde anda o Roger Abdelmassih? Soltinho da silva.

— E o que falar do Reginaldo Pereira Galvão, o Taradão?

— Está livre como um passarinho...

— Qual é a situação dos irmãos Antério e Norberto Mânica?

— Estão soltos, dotô.

— Você lembra do Daniel Dantas? Lembra? Onde ele está?

— Solto dotô, mas esse assunto é antigo...

— Onde estão os políticos e empresários do mensalão do PSDB e do mensalão da compra dos votos para reeleger Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I?

— Estão soltos e jamais serão punidos pelo STF e denunciados pela PGR.

— O que aconteceu com José Serra, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab quanto aos Trensalão e Metrosalão?

— Nada! Nadica de nada!

— E quanto à Privataria Tucana, ao Príncipe da Privataria, ou seja, a privatização vergonhosa do patrimônio público efetivada pelos tucanos quando estiveram no poder? Este, sim, o maior escândalo da história da República...

— Dotô, aí o senhor está querendo saber demais. Está me pressionando. Eu não tenho resposta pra tanta safadeza... Tanta roubalheira...

— Alston e Siemens, o que você acha?

— A imprensa tucana se cala, dotô? Até agora o que se vê são os barões de mídias atacarem o prefeito Haddad ao invés de mostrar a corrupção tucana.

— E o rouboanel, os pedágios caríssimos, os escândalos Banestado, Bicheiro Cachoeira-Demóstenes-Época-Veja?

— Ih, esquece, dotô! Não se toca no assunto e nem se publica. Além disso, os crimes da imprensa não chegam aos plenários das instâncias mais altas do Judiciário para votação e julgamento. O senhô não viu como acabou a CPI do Cachoeira? Esvaziada como um balão sem ar.

— E por onde andam todas as pessoas envolvidas com tantos escândalos comprovados e documentados? Até livros publicados têm...

— Soltas e livres, dotô! Estão curtindo a vida, dão gargalhadas de chorar e doer seus estômagos. Acho até que eles pensam que todo brasileiro não passa de um otário ou idiota. Sem comentários...

— Então a maioria dos juízes do Supremo Tribunal Federal e dos procuradores da Procuradoria Geral da República são cegos, mudos e surdos?

— ...E ingênuos! Quanta ingenuidade, dotô! Estou espantado e de queixo caído com tanta inocência. Até parece que eles nasceram ontem. Os juízes e os promotores, dotô, assim como a imprensa alienígena, têm lado, ideologia, partido político, classe social e muitos deles têm time de futebol e escola de samba.

— É mesmo, é?

— Peraí, dotô, inocência tem limite! Não vai me dizer que o senhô não sabia que esses homens e mulheres que se vestem com a cor do luto ou dos corvos e usam a capa do Zorro são politicamente conservadores, representam os interesses do establishment e lutam para manter intacto o status quo das classes sociais dominantes?

— Ouvi falar de alguma coisa, mas não sabia que a banda toca dessa maneira aqui em nosso...

— Se o senhô não sabe, quero te informar também que eu estou a pronunciar as palavras “senhô” e “dotô” por motivo de deboche, pilhéria, gozação, ironia e zombaria. Eu estou mangando do senhor, doutor, como diz o povo do nosso Nordeste, pois sei muito bem o que está em jogo neste País: a luta pelo poder, pela Presidência da República e pelo fim ou diminuição dos programas de distribuição de renda e de riqueza. A burguesia, a direita não tolera a emancipação do povo brasileiro e que ele freqüente aeroportos, restaurantes, edifícios, universidades, shoppings e visite Miami, Nova Iorque, Londres e Paris. As cortes da “elite” brasileira de caráter colonizado, subserviente, subalterno e portador de um incomensurável e inenarrável complexo de vira-lata.

— Meu Deus, eu estou chocado!

— Que é isso, dotô? Pára com isso! Os coxinhas ricos, pobres e remediados são assim, e, o pior, sentem orgulho de suas ignorâncias e alienações. Para perpetuar a hegemonia, ou seja, os privilégios, a direita, a burguesia escravagista e seu principal porta-voz, o sistema midiático de negócios privados, precisam desconstruir o PT, desqualificar os projetos e programas dos governos trabalhistas e destruir a imagem de militantes históricos do Partido dos Trabalhadores, e, por sua vez, apostar em julgamentos que não respeitam o estado democrático de direito, a Constituição Federal e o Direito processual. É um verdadeiro domínio do fato deles e para o benefício político deles.

— E o PT vai fazer alguma coisa? Afinal, o partido venceu as eleições, a obedecer às regras democráticas e constitucionais...

Não sei dotô. O Governo Dilma tem um ministro da Justiça que tem verve e características tucanas. Sempre em cima do muro e a se recusar assumir o cargo que deveria ser o segundo mais importante da República, ao invés de ser o de ministro da Economia ou da Casa Civil. Porém, o ministro José Eduardo Cardozo não defende o Governo, não age e nem atua como amortecedor político da presidenta Dilma Rousseff quando se trata de negociar com o Congresso, com a PGR e com o STF.

— Ele é assim, é. Comporta-se desse jeito mesmo?

Sim. É o óbvio ululante, como dizia Nelson Rodrigues. O ministro Cardozo parece um burocrata, típico carreirista, que não fede e nem cheira e que, para se dar bem no futuro, prefere imitar aqueles macaquinhos que não enxergam, não falam e não ouvem. Nunca vi, meu prezado dotô, um político e ministro da Justiça tão sem opinião, tão pusilânime e tão fraco. Definitivamente, ele não lembra nem de perto o combativo, o valoroso e destemido Partido dos Trabalhadores.

— Nossa: você não está a ser radical?

Radicais e de oposição de direita são os juízes Joaquim Barbosa, Marco Aurélio de Mello, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Luiz Fux, além de outros que recentemente se aposentaram, bem como o ex-procurador-geral de triste memória, o arrogante e partidário à direita, Roberto Gurgel. 

— Conversar com você foi muito instrutivo e agora, apesar de ser doutor, poderei analisar e avaliar melhor todo o processo do mensalão?

— Dotô, o “mensalão” do PT não foi provado e comprovado, porque se trata da maior fraude e farsa da história do STF e da PGR, que colheram e acolheram, segundo o condestável e imperativo Roberto Gurgel, “provas tênues. O “mensalão” é um ardiloso e ilegal processo político. Entendeu dotô?

— Entendi, mas não compreendi...

As prisões de José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e a fuga de Henrique Pizzolato para Itália refletem a irresponsabilidade e a vocação ditatorial de um tribunal superior que, em hipótese alguma, preocupou-se em observar as leis do País e os direitos civis — a cidadania — garantidos pela Constituição de 1988.

O mensalão é uma farsa dantesca e inaceitável para um País que vive em uma democracia estável sob o jugo das leis. Esse caso é a maior trapaça da história deste País. O tempo e o bom senso vão mostrar, sem titubear ou vacilar, o papel de cada personagem envolvido nessa trampolinice histórica.

O “mensalão”, o do PT, visa somente favorecer o campo político conservador, e, por seu turno, manter os privilégios de uma casta muito rica, subalterna aos interesses dos países imperialistas, que se dá por satisfeita em ser colonizada, para receber sobras, em termos mundiais, daqueles que dominam o sistema de capitais em âmbito global.

Meu prezado dotô, não se apoquente, porque tem muita água para passar debaixo dessa ponte. Tais águas falarão, por exemplo, no horário eleitoral gratuito, quando a presidenta Dilma Rousseff vai mostrar o que foi feito em prol do Brasil e do povo brasileiro. Essa realidade os meios de comunicação comerciais e privados não poderão impedir.

Contanto, darei uma prévia no que diz respeito aos escândalos de corrupção, cujos autores são empresários e políticos, a maioria do PSDB, e que não são publicados e veiculados na imprensa controlada pelos magnatas bilionários de caracteres golpistas:

1) Privataria Tucana – R$ 100,155 bilhões;
2) Banestado – R$ 42,155 bilhões;
3) Vampiros – R$ 2,450 bilhões;
4) TRT – R$ 1,850 bilhão;
5) Anões do Orçamento – R$ 855 milhões;
6) Sonegação da Globo – R$ 615 milhões;
7) Operação Navalha – R$ 610 milhões;
8) Máfia Fiscal Serra/Kassab – R$ 500 milhões;
9) Propinoduto Tucano – R$ 425 milhões;
10) Sudam – 214 milhões;
11) Sanguessugas – R$ 140 milhões; e
12) Mensalão – R$ 55 milhões.

Depois o sistema representado pela imprensa imperialista tem a cara de pau de afirmar que o "mensalão" do PT é o maior caso de corrupção de todos os tempos. Só um caso de sonegação da Globo é da ordem de R$ 615 milhões.

Além da Sonegação da Globo relativa à Copa de 2002, os escândalos dos Anões do Orçamento e da Operação Navalha tiveram a participação de vários partidos. O “mensalão” do PT, supostamente de R$ 55 milhões, mesmo com a prisão de algumas de suas lideranças não foi juridicamente comprovado. Contudo, denunciado, julgado e veiculado, sistematicamente, pela imprensa empresarial desde 2005.

José Dirceu e José Genoíno, além de Delúbio Soares, sofreram a mais cruel e perversa campanha de calúnia, injúria e difamação que eu vi em todos os tempos, pois na época de Getúlio Vargas eu ainda não tinha nascido. Os ataques sucessivos e intermitentes contra esses homens se transformaram em um verdadeiro linchamento público, sem trégua e água.

Os outros seis escândalos que somam quase R$ 150 bilhões até hoje não saíram dos escaninhos do STF, do STJ, da PGR e dos ministérios públicos nos estados. E por que isto acontece? Porque no Brasil o Judiciário e o MP são instituições “pertencentes” à burguesia e aos partidos conservadores que a representam. O republicanismo está longe do modo de pensar de grande parte dos juízes e promotores. Só quem não sabia disso era o dotô; mas agora ele sabe.

A direita deita e rola e vai tentar levar o caso do “Mensalão” do PT até as eleições presidenciais de 2014. É assim que a banda toca nessas terras brasileiras. Todavia, esse panorama lúgubre e cinzento vai um dia mudar, porque o Judiciário vai ter de ser republicano, pois é seu dever e obrigação como Poder da República. Ponto.

Não sei o que vai acontecer em 2014; mas sei que essa gente togada vai ter de dar satisfação ao povo brasileiro no que concerne a julgar e se necessário punir todos os autores dos escândalos perpetrados pelos tucanos e pela imprensa comercial e privada, além de os empresários. Alguns deles são assassinos ou mandantes de assassinatos e até os dias de hoje estão soltos e a aproveitar a vida da melhor maneira possível. 

No Brasil, não se prende apenas pobre, preto e puta. A Casa Grande e seus serviçais públicos e privados acrescentaram mais um "P" à sua perversa doutrina. Os petistas também foram incluídos. Deu para entender agora a teoria do domínio do fato, com embargos infringentes ou não, dotô? É isso aí.

domingo, 17 de novembro de 2013

Leitores da Veja são burros


Lendo os comentários dos leitores do blog do rottweiler Reinaldo Azevedo na revista Veja, a conclusão é clara: eles são burros e a Veja os deixa ignorantes. Mas esperar o que de quem vota em Serra, defende a desgraça que foi o governo de FHC e gosta do que escreve o rottweiler Reinaldo Azevedo? Seriam rísíveis se não fossem espantosas as besteiras que escrevem. Sobre o Pizzolato, que teve a sorte de providenciar dupla cidadania, brasileira e italiana, e escapou da chicana armada por Joaquim Barbosa indo para a Itália, os comentários dessa gentalha demonstram profunda ignorância. O Henrique Pizzolato não pode ser preso na Itália por ter processo e condenação no Brasil. Lá ele é um cidadão italiano, e a Itália não extradita seus cidadãos. Ele não responde a processo na Itália, lá ele é um cidadão livre. Leiam o que diz o advogado Nabor Bulhões: “a única coisa que pode ser feita nesta situação é um pedido ao governo da Itália para que a Justiça local abra uma ação pelos crimes praticados no Brasil. Pizzolato é inextraditável. Se o Brasil tiver interesse pode pedir para a Justiça da Itália abrir um processo contra ele naquele país. E isso só pode acontecer no caso da legislação italiana também prever como crime os atos praticados por ele aqui", disse. O professor de direito internacional da Universidade de Brasília Márcio Garcia também considera que é impossível extraditar Pizzolato."
Para ele, a Justiça italiana nem sequer abriria novo processo e simplesmente negaria a extradição por reciprocidade. "O governo italiano avaliará que na mesma situação o Brasil não enviaria um brasileiro à Itália", disse. Será que o bando de ignorantes que frequenta o blog do rottweiler da Veja entendeu

ou vou ter que desenhar?


MIRUNA GENOINO: "PEÇO QUE SAIBAM QUEM É MEU PAI"


Filha de José Genoino, Miruna Genoino, em entrevista concedida a Eduardo Guimarães, colunista do 247 e editor do Blog da Cidadania, relata quadro delicado de saúde do pai, revela preocupação da família com ele e faz apelo à sociedade; "Pedimos que a sociedade se informe. Qualquer pessoa que se informar de verdade, que não assumir o discurso da Rede Globo, do jornal Folha de São Paulo, da revista Veja, de todos os grandes meios, vai saber que a única coisa que meu pai fez nesta vida foi colocar acima de tudo o ideal dele por justiça social", diz ela


Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania - No começo da tarde de domingo, fui procurado por amigos da família de José Genoino. Pediram-me ajuda para divulgar um drama humanitário que vai se formando por ação da prisão intempestiva dos réus do julgamento do mensalão.

A família do ex-presidente do PT teme por sua vida e, conforme matéria do jornalista Paulo Henrique Amorim em seu blog, um laudo médico apoia tal temor.

De posse dos telefones de Rioko e Miruna – respectivamente, esposa e filha de Genoino – escolho a filha, julgando que estaria, talvez, menos abalada do que a mãe. Ledo engano. Estava muito abalada, mas, assim mesmo, falou sobre a saúde do pai e mandou um recado à sociedade.

Miruna conversou comigo aos prantos, arrastando-me para o seu estado de espírito, o que me fez terminar a entrevista igualmente abalado. Mas falou muito bem. A professora paulista de 32 anos é uma moça de mente ágil e, apesar da emoção, conseguiu exprimir com clareza do que seu pai, sua família e seus amigos mais precisam neste momento.

Segue, abaixo, a transcrição da entrevista com Miruna Genoino.

—–

Blog da Cidadania – A imprensa está repercutindo o estado de saúde do seu pai, de que seria delicado e ele não estaria sendo mantido em boas condições, o que poderia gerar risco para a saúde dele. O que você pode dizer sobre isso?

Miruna Genoino – No dia 24 de julho, meu pai contraiu a doença mais grave da cardiologia, uma dissecção da aorta, e teve que sofrer uma cirurgia de 8 horas, da qual tinha 10% de chance de sobreviver, mas ele sobreviveu porque é um guerreiro. Em seguida, porém, ele sofreu um micro AVC.

Meu pai está tomando cinco medicamentos diferentes em dois horários do dia. Até então, ele não tinha entrado em nenhum avião. O voo o fez passar mal, talvez a pressão da cabine. A médica que o acompanha nos informou que alguém que passou por tudo isso não poderia estar sendo submetido a tal pressão. Meu pai deveria ser hospitalizado.

Ele viajou ontem de manhã a Brasília e às duas horas da manhã deste domingo ainda não estava acomodado.

Estamos com uma grande preocupação com a saúde dele; é a nossa maior preocupação, agora. A nossa luta é para provar a inocência do meu pai, mas, neste momento, a grande preocupação é com a saúde dele.

Blog da Cidadania – Como está o emocional da sua família?

Miruna Genoino – A gente está num momento muito, muito difícil. O meu pai, antes de sair de casa para ser preso, nos disse que já tinha ficado confinado muito tempo em cela forte [durante a ditadura] e que estava preparado para isso.

Ele tem dois netos, os meus filhos, e eles estão muito assustados…

Blog da Cidadania – As crianças estão com vocês aí em Brasília?

Miruna Genoino – Eles ficaram em São Paulo.

Mas ele ter sido transferido para Brasília ainda nos causa um transtorno emocional ainda maior, porque a gente tem que ficar longe das crianças…

[Miruna chora]

É muito complicado o nosso estado emocional…

Blog da Cidadania – Miruna, você está abalada com tudo isso e, assim, não gostaria de prolongar esta entrevista. Mas como sabemos que você, com suas declarações, está ajudando a que as pessoas entendam que há seres humanos por trás de toda essa história, concluo perguntando o que a família de José Genoino tem a dizer à sociedade.

Miruna Genoino – Pedimos que a sociedade se informe. Qualquer pessoa que se informar de verdade, que não assumir o discurso da Rede Globo, do jornal Folha de São Paulo, da revista Veja, de todos os grandes meios, ela vai saber que a única coisa que meu pai fez nesta vida foi colocar acima de tudo o ideal dele por justiça social…

[Miruna volta a chorar]

Ele saiu do sertão do Ceará para tentar melhorar a vida das pessoas. E a vida inteira ele se sacrificou em todos os sentidos porque essa sempre foi a única luta dele. Então, se as pessoas se informarem todo mundo vai saber o homem que ele é…

[Chora de novo]

Eu só peço isso….

[O pranto aumenta]

Que não assumam… O discurso… Dessa mídia… Que procurem saber a verdade, ouvir o outro lado, o que meu pai tem a dizer…

(…)

—–

Percebi, nesse ponto da conversa, que só me cabia deixar a família com sua dor e, em vez de continuar chorando do lado de cá enquanto essa menina da idade da minha filha maior chorava do lado de lá, vir escrever o clamor emocionado dessa família, que pode perder aquele que tanto ama.

Concluo, pois, exortando as autoridades judiciárias a que respeitem o direito, apenas o direito de Genoino. Não pedimos, os parentes, amigos e até os admiradores dele que tenha regalias que ultrapassem os limites da lei, mas que não seja retaliado. Ele tem direito de receber cuidados médicos como qualquer cidadão privado de liberdade.

Genoino deveria estar num hospital. Levem-no para lá. Quem lhe nega esse direito a um tratamento digno responderá pelo que vier a lhe acontecer. Essa é a promessa de muitos que não se deixaram enganar pelos inimigos dele e que estarão muito atentos a cada minuto da vida desse homem, a partir de agora.

Fonte:http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/121050/Miruna-Genoino-pe%C3%A7o-que-saibam-quem-%C3%A9-meu-pai.htm

sábado, 16 de novembro de 2013

"Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais. Não importa que me tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro, combatendo por sua emancipação e soberania": a carta de José Dirceu ao povo brasileiro



CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO

por José Dirceu

O julgamento da AP 470 caminha para o fim como começou: inovando - e violando - garantias individuais asseguradas pela Constituição e pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.

A Suprema Corte do meu país mandou fatiar o cumprimento das penas. O julgamento começou sob o signo da exceção e assim permanece. No início, não desmembraram o processo para a primeira instância, violando o direito ao duplo grau de jurisdição, garantia expressa no artigo 8 do Pacto de San Jose. Ficamos nós, os réus, com um suposto foro privilegiado, direito que eu não tinha, o que fez do caso um julgamento de exceção e político. 

Como sempre, vou cumprir o que manda a Constituição e a lei, mas não sem protestar e denunciar o caráter injusto da condenação que recebi. A pior das injustiças é aquela cometida pela própria Justiça. 

É público e consta dos autos que fui condenado sem provas. Sou inocente e fui apenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha - contra a qual ainda cabe recurso - com base na teoria do domínio do fato, aplicada erroneamente pelo STF. 

Fui condenado sem ato de oficio ou provas, num julgamento transmitido dia e noite pela TV, sob pressão da grande imprensa, que durante esses oito anos me submeteu a um pré-julgamento e linchamento. 

Ignoraram-se provas categóricas de que não houve qualquer desvio de dinheiro público. Provas que ratificavam que os pagamentos realizados pela Visanet, via Banco do Brasil, tiveram a devida contrapartida em serviços prestados por agência de publicidade contratada. 

Chancelou-se a acusação de que votos foram comprados em votações parlamentares sem quaisquer evidências concretas, estabelecendo essa interpretação para atos que guardam relação apenas com o pagamento de despesas ou acordos eleitorais. 

Durante o julgamento inédito que paralisou a Suprema Corte por mais de um ano, a cobertura da imprensa foi estimulada e estimulou votos e condenações, acobertou violações dos direitos e garantais individuais, do direito de defesa e das prerrogativas dos advogados - violadas mais uma vez na sessão de quarta-feira, quando lhes foi negado o contraditório ao pedido da Procuradoria-Geral da República. 

Não me condenaram pelos meus atos nos quase 50 anos de vida política dedicada integralmente ao Brasil, à democracia e ao povo brasileiro. Nunca fui sequer investigado em minha vida pública, como deputado, como militante social e dirigente político, como profissional e cidadão, como ministro de Estado do governo Lula. Minha condenação foi e é uma tentativa de julgar nossa luta e nossa história, da esquerda e do PT, nossos governos e nosso projeto político. 

Esta é a segunda vez em minha vida que pagarei com a prisão por cumprir meu papel no combate por uma sociedade mais justa e fraterna. Fui preso político durante a ditadura militar. Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites.

Mesmo nas piores circunstâncias, minha geração sempre demonstrou que não se verga e não se quebra. Peço aos amigos e companheiros que mantenham a serenidade e a firmeza. O povo brasileiro segue apoiando as mudanças iniciadas pelo presidente Lula e incrementadas pela presidente Dilma. 

Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais. Não importa que me tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro, combatendo por sua emancipação e soberania.