LOBÃO ESTREIA EM VEJA SEU PORRETE CONTRA A ESQUERDA
Músico e escritor consegue sua carteira de sócio no clube do qual já fazem parte nomes como Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Demétrio Magnoli e Rodrigo Constantino; é colunista de Veja e tem uma missão: descer o sarrafo em qualquer coisas que se aproxime minimamente da esquerda; na primeira coluna ele ataca "a era do rebelde chapa-branca" e critica MST, Racionais, José Genoino, Chico Buarque, Caetano Veloso e Mídia Ninja; Lobão anuncia que seu esporte será "épater la gauche", ou seja, chocar a esquerda; "golaço", festeja Constantino; no Brasil, a direita se organiza
247 - "Espetacular a estreia de Lobão JL Woerdenbag Filho na Veja Impressa! Simplesmente desceu o sarrafo, sem dó nem piedade, nos 'rebeldes chapa-branca', aqueles que mamam no sistema e vivem de atacar o sistema. Racionais, Gil, Caetano, Chico Buarque, Paula Lavigne, a turma toda da ESQUERDA CAVIAR citada nessa coluna imperdível. Golaço da Veja!".
Assim falou Rodrigo Constantino, o mais caricato personagem da direita brasileira, em sua página no Facebook, neste fim de semana. O motivo de tamanho entusiasmo é a estreia de Lobão, autor de "Manifesto do Nada na Terra do Nunca" como colunista de Veja. Foi como se dissesse "Bem-vindo ao clube". Um clube neocon do qual fazem parte nomes como Reinaldo Azevedo, Demétrio Magnoli, Augusto Nunes e o próprio Constantino. Todos unidos pelo ódio a Lula, ao PT e a qualquer coisa que se aproxime minimamente do conceito de esquerda.
Sim, a direita no Brasil se organiza e sua mais nova aquisição é Lobão. Um nome que não dissimula suas intenções. Na sua coluna de estreia, chamada "A era do rebelde chapa-branca", ele abre o jogo no último parágrafo:
"Estou inaugurando com muito orgulho e entusiasmo minha coluna em VEJA. Não é fortuito o nosso encontro, assim como não é por acaso que se percebe a sociedade civil começando a se organizar para repensar a nossa condição atual. Tentarei tratar dessa miséria que nos assola como se estivesse praticando um novo esporte: épater la gauche. Essa turma está imprimindo o ridículo em sua própria história. E desse vexame não escapará."
Lobão se inspirou no poeta francês Baudelaire, que dizia ser necessário "épater le bourgeois", ou seja, chocar a burguesia. Mas sua intenção é fazer o mesmo com a esquerda brasileira. Em seu texto de estreia, os alvos são o MST, os Racionais, Carlos Marighella, Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso e José Genoino, entre outros alvos. Lobão condena, por exemplo, que "o Chico, lá da França, assina carta de apoio ao Genoino". Segundo ele, "são os nossos coronéis chapa-branca solando de cavaquinho".
Sobre os demais, as críticas seguem um padrão previsível. Mariguella teria lutado para "implantar uma ditadura sanguinolenta" – e não para enfrentar uma ditadura. Pablo Capilé seria malvado por questionar o direito autoral, Caetano leva um cascudo por achar "muderno" o que Lobão classifica como retrocesso e Gil teria como uma de suas crias o "Fora do Eixo".
Lobão chegou lá. Ganhou seu porrete para, ao lado dos novos amigos, descer o sarrafo na esquerda. Mas quem será que está "imprimindo o ridículo em sua própria história": a esquerda ou o próprio Lobão?
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