Vamos lá. Luiz Inácio Lula da Silva concedeu recentemente entrevista à Rádio e Televisão de Portugal (RTP) porque está convencido, tal qual a milhões de brasileiros que não votam nos candidatos da direita partidária e da imprensa mercantil e alienígena, que suas palavras jamais vão ser repercutidas fidedignamente pelos jornalistas empregados das mídias tradicionais, que, por conta própria ou a mando de seus patrões magnatas bilionários de imprensa, deturpam e manipulam o que foi dito, a fim de, evidentemente, colocá-lo em xeque, bem como impedi-lo de se fazer entendido pelo público ouvinte, leitor ou telespectador.
O negócio é o seguinte: a imprensa burguesa, as seis famílias que a controla e seus empregados de confiança, que agem como feitores da Casa Grande, “lutam” e “defendem” ferozmente as liberdades de imprensa e de expressão, mas somente as liberdades deles, porque a verdade é que esses grupos econômicos e financeiros querem falar sozinhos.
Por isto e por causa disto é necessária a efetivação urgente do marco regulatório para as mídias, pois, do contrário, esses poderosos conglomerados, vinculados a interesses internacionais, vão continuar a trilhar por veredas tortuosas, que visam, primordialmente, desestabilizar governantes eleitos, principalmente se eles forem chefes de estado e de governos populares, a exemplo de Getúlio Vargas, João Goulart, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
A imprensa de negócios privados é a favor da liberdade de expressão dela. Só isto, e nada mais. Lula, o maior e mais importante político da América Latina, além de ser incrivelmente conhecidíssimo no mundo, bem como premiadíssimo por seu profícuo trabalho à frente da Presidência da República durante oito anos, não pode falar no Brasil e muito menos aparecer nas televisões abertas e fechadas, notadamente os inúmeros canais pertencentes às Organizações(?) Globo, um dos maiores e mais poderosos oligopólios de comunicação do mundo.
Isto mesmo, meus camaradas! Lula não pode falar e ser ouvido no Brasil. Ponto! E quando o líder petista e trabalhista fala, por mais que ele seja democrático, sensato e lógico, quase que instantaneamente os porta-vozes da Casa Grande tratam de rebatê-lo com intolerância e veemência, pois para essa gente herdeira da escravidão já foi de mais que um nordestino de origem pobre e depois operário de fábrica, que chegou ao Estado de São Paulo em um pau-de-arara tivesse tido a ousadia e a petulância de subir a rampa do Palácio do Planalto, caminhado por seus tapetes e sentado na cadeira da Presidência da República.
Ainda mais quando se trata de um político de esquerda que nunca abaixou a cabeça para essa burguesia perversa, violenta e preconceituosa, que acha que sua suposta e ridícula “superioridade” retrata a realidade dos fatos quando todo mundo sabe, aqui e no exterior, que o ex-presidente Lula teve uma performance administrativa infinitamente superior à dos ex-presidentes “doutores”, cujos governos se atolaram na areia movediça da inflação, desempregaram, não criaram programas sociais que sustentassem as economias das diferentes regiões deste País, sucatearam as estatais e a infraestrutura brasileiras e, terrivelmente, venderam o Brasil, como se vendessem qualquer bugiganga em simples feiras. Verdadeira privataria e traição da pátria, que em muitos países acabaria em processos e cadeia.
A privataria tucana foi, de longe, o maior caso de desmantelamento do Estado brasileiro, bem como de corrupção da história deste País. O tucano Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — conseguiu superar em traição o traidor da Inconfidência Mineira, Joaquim Silvério dos Reis, um coronel de Cavalaria que delatou seus companheiros inconfidentes para ter suas dívidas perdoadas pela coroa portuguesa, bem como angariar benefícios, como ganhar 30 moedas de ouro, pensão vitalícia, título de fidalgo da Casa Real, uma mansão para morar, além de ter sido recebido pelo príncipe regente Dom João, na corte de Lisboa, entre outras coisas. Deu no que deu: os inconfidentes foram presos e exilados. Tiradentes, porém, foi enforcado, esquartejado e suas partes espalhadas por vários pontos da cidade do Rio de Janeiro.
Obviamente, que FHC, aquele que foi ao FMI três vezes, de joelhos e com o pires nas mãos, porque o gênio tucano e seus economistas mequetrefes quebraram o País três vezes, não recebeu as vantagens, digamos pecuniárias, de Joaquim Silvério dos Reis, mas vendeu o País e o administrou como se fosse um caixeiro viajante.
Incompetente, mas caixeiro viajante, pois jamais quis ser um estadista, porque ser um estadista não é uma questão mera de querer sê-lo ou não. Ser um estadista é nato; e apenas poucas lideranças em todo o mundo e em todos os tempos possuem a vocação e a compreensão de que o ofício de governar é intrinsecamente ligado ao conhecimento daquele que se fez estadista, no que concerne a conhecer os anseios do povo e defender os interesses da sociedade, bem como do estado quando este se submete ao direito e à democracia. Definitivamente, Lula compreendeu essas questões, o que, evidentemente, não aconteceu com FHC, que optou por governar para os ricos, ou seja, para poucos, pois homem das elites, que sempre lutaram por um País VIP.
Um acinte completo, bem como, inquestionavelmente, traição ao povo brasileiro. E eles estão aí... Livres, leves e soltos, a fazerem caras e bocas, além de cinicamente se arvorarem como “nacionalistas”, interessados que são pelo destino da Petrobras e de outras empresas públicas, que a direita, os tucanos e seus aliados trataram quando no poder de sucateá-las para vendê-las bem barato para os gringos, que até hoje deitam e rolam com as remessas de lucros bilionárias provenientes, por exemplo, da Telebras, megaempresa de comunicação, que foi fatiada em partes e que hoje gera lucros incontáveis para que europeus possam, inclusive, por intermédio dessa derrama, combater suas crises econômicas, que desde 2008 afligem quase todos os países europeus. Ponto!
Lula tem de ficar calado. Mas ele não fica, e concede entrevista a uma empresa de comunicação europeia, de língua portuguesa, como se desse um aviso ao sistema midiático monopolizado que não vai ficar quieto e vai falar quando quiser e na hora que desejar. Lula é a personalidade política mais internacional do Brasil, sem sombra de dúvida, e pretende falar muito mais quando se der o início do horário político gratuito nas televisões e rádios.
E aí, meus camaradas, o governo trabalhista vai mostrar as milhares de obras e programas e projetos que não têm visibilidade, porque os magnatas bilionários donos da imprensa-empresa boicotam, sabotam e censuram, de todas as formas e maneiras, as conquistas sociais e econômicas do povo brasileiro acontecidas nos últimos 12 anos. São muitas e vão ser mostradas na televisão. Somente nesse interregno eleitoral é que a grande mídia conservadora e reacionária deixa de falar sozinha.
É no decorrer desse curto espaço de tempo que as liberdades de expressão e de imprensa tão decantadas falsamente e cinicamente pelos barões da imprensa realmente funcionam. De quatro em quatro anos, mas o suficiente para os trabalhistas, os socialistas, o PT e seus aliados se comunicarem com a população brasileira e mostrar o que foi feito e o que poderá ser realizado. E essa realidade incomoda de mais a Casa Grande.
Venhamos e convenhamos, duvido que o povo abra mão de suas conquistas para colocar, no lugar dos presidentes trabalhistas, políticos privatistas, colonizados, complexados e subservientes aos interesses internacionais, como o são geralmente os políticos do espectro ideológico à direita, a exemplo de Aécio Neves, José Serra e, evidentemente, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I. Lula não se cala, pois fala, e causa ódio aos inquilinos da Casa Grande. É isso aí.
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