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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Venezuela: Maduro, até o fim

Por Leandro Fortes, em sua página no Facebook:


Eu juro que queria ter essas certezas absolutas que leio em toda parte sobre a tal ditadura de Nicolás Maduro, mas não tenho. E por uma razão bem simples: são todas enviesadas, tanto pela direita que o odeia como pela esquerda que o inveja.

O fato é que Maduro, apesar de ser atacado pelos Estados Unidos sem intermediários, está de pé. A Venezuela não se dobrou, nem mesmo fustigada por uma crise econômica devastadora, com as consequências sociais que todos testemunhamos.

O Brasil, pelas mãos de um juiz de primeira instância apoiado por uma multidão de analfabetos políticos, não só sucumbiu ao um golpe parlamentar como, de quebra, elegeu uma besta quadrada cercada de lunáticos e fanáticos religiosos.

É preciso ter em mente que toda a informação que temos sobre a Venezuela é filtrada pela mídia, a nossa mídia, a pior e mais servil do planeta. Nela, a Venezuela é uma ditadura porque o presidente domina os poderes constituídos e as Forças Armadas, sem dar moleza a uma oposição golpista e entreguista, que ama mais Miami que o país onde mora.

Ou seja, tudo que o PT foi acusado de fazer, mas não fez, para desgraça de todos.

Todas as eleições na Venezuela, desde a Era Chávez, portanto, há quase duas décadas, são realizadas com a presença de observadores internacionais. Todas.

Na última, em maio de 2018, foram 200 observadores, sem que nenhuma ocorrência de fraude fosse notificada. Nenhuma. O voto na Venezuela sequer é obrigatório, portanto, não há, como ocorre aqui, a possibilidade de criação de currais eleitorais. Há, sim, gente politizada, principalmente, à esquerda.

A posse de Maduro contou com delegações internacionais de 94 países, além de representantes de organismos internacionais como as diversas agências da ONU, a Organização da Unidade Africana (OUA) e a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) – da qual ele será o próximo presidente.

Maduro e o povo venezuelano são odiados por gente como Donald Trump e Jair Bolsonaro. Em 2015, uma patética comitiva de senadores comandada por Aécio Neves, do PSDB, com gente do naipe de Ronaldo Caiado e Aloysio Nunes Ferreira, foi a Caracas para criar um factoide contra Maduro. Foram recebidos a pedradas e tiveram que voltar com o rabo entre as pernas.

Aqui, deixaram essa gente se criar. Agora, com a ajuda de certa esquerda ressentida, ficam criticando a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, por prestigiar a posse de Maduro.

Fez ela muito bem.

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