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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Olga Benário Prestes



 “Eu gostaria que soubessem que cumpri duas tarefas: uma do Partido e outra do meu coração”. (Olga Benario, Moscova, 1928).

"Olga Benário Prestes nasceu em 1908, em Munique, Alemanha. Em 1923, então com 15 anos, ingressa na juventude comunista e cinco anos depois, como tarefa do Partido Comunista da Alemanha, prepara uma espetacular operação militar para libertar o também comunista Otto Braun, então seu namorado, da prisão de Moabit. Após essa ação, Otto e Olga se refugiam na URSS, onde passariam alguns anos.
Nesse período, já conhecida pela sua façanha em Moabit, Olga se torna um grande quadro político-militar da Internacional Comunista. Com excelente formação intelectual e técnica, ela se especializou em paraquedismo e pilotagem de aviões. Por essa destacada atuação, Olga recebeu, em 1934, a missão internacionalista de acompanhar, na condição de segurança pessoal, Luis Carlos Prestes ao Brasil, para que este liderasse a revolução de 1935.
Ambos adotam nomes e nacionalidades falsas, mas se apaixonam verdadeiramente como Antônio Vilar e Maria Bergner Vilar.
No Brasil, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), reunindo os operários, camponeses e setores progressistas da sociedade, realizava grandes atividades de massas, ultimando preparativos para o momento da verdadeira libertação do país. Por ser uma organização legal, congregava muitas pessoas, entre elas intelectuais como Graciliano Ramos.
A ANL foi posta na ilegalidade por Vargas, meses antes de novembro, porque temia o seu vertiginoso crescimento e seu caráter de frente revolucionária. Mas decidida, a ANL ultima os preparativos da revolução, apoiando-se em tropas que se levantariam nos quartéis do exército. Em 23 de novembro, soldados e sargentos do 21º Batalhão de Caçadores de Natal, Rio Grande do Norte, tomavam a guarnição militar e proclamavam o Governo Popular e Revolucionário. Ali, a revolução duraria 5 dias, mais que em Recife e mesmo no Rio de Janeiro, onde o levante é rapidamente sufocado.
Após a derrota da revolução no Brasil, Olga e Prestes tornam mais severa a sua clandestinidade, mas, denunciados, caem nas mãos dos fascistas de Vargas no início de 1936, numa casa da Rua Honório, no subúrbio carioca de Caxambi. Até o último momento, Olga cumpriu a tarefa de proteger Prestes, se interpondo entre ele e os policiais no momento da prisão, quando os esbirros de Vargas tinham ordem para matá-lo. Presos, agarra-se ao marido, porque sabe que a separação significaria a sua morte.
A polícia política de Vargas colaborava com a Gestapo e com o governo nazista em geral, e a entrega de Olga aos alemães há muito era acalentada.
Uma grande mobilização se fez entre os presos da Casa de Detenção do Rio de Janeiro para evitar que Olga fosse entregue ao regime nazista. Liderados pelos comunistas, os presos se rebelam, mas não conseguem evitar que Olga seja retirada da prisão.
Nem o fato dela estar grávida impediu que a extraditassem, juntamente com Elise Ewert, também alemã, esposa de Arthur Ewert, que participaram como membros da Internacional do levante de 1935.
Por essa época haviam diversos casos de resgates de prisioneiros dos nazistas em navios que faziam escalas antes dos portos da Alemanha. Organizações revolucionárias, que proliferavam entre os operários dos portos realizavam ousadas operações, conseguindo libertar várias pessoas dos verdugos fascistas. Para Olga, no entanto, foi preparado o embarque em setembro de 1936, num navio que não fez escalas, atracando em Hamburgo, onde a esperava a polícia política.
Na Alemanha, Olga é encarcerada na prisão de mulheres de Barnimstrasse, onde dá a luz à filha, Anita Leocádia Prestes e a amamenta até que os nazistas lhe tomam a criança, entregando-a à avó, mãe de Prestes, e transferem Olga para o campo de concentração de Lichtenburg, em seguida para Ravensbrück. Em fevereiro de 1942, Olga é transferida para o campo de Bernburg, onde é assassinada na câmara de gás, tendo o mesmo fim de tantos comunistas que caíram nas mãos dos nazistas.
Um dia antes de morrer, Olga escreve sua última carta, revelando não se render à morte porque acreditava que a causa dos proletários prosseguia, e que as novas gerações viveriam em um mundo sem a exploração do homem pelo homem.
" Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas... Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijos, pela última vez ."
Recomendo o livro de Fernando Morais, Olga.

Um comentário:

  1. O caso de Olga, foi uma das maiores artrocidades da história brasileira, de como a política brasileira pode ser capaz de tratar os seus adversarios!!!é mais um caso de preso politico de dar nojo!!!

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