São Paulo é pluralismo. São Paulo é diversidade.
São Paulo é multicultural. Uma das capitais do mundo.
Finalmente São Paulo despachou os brucutus* e elegeu gente sintonizada com a Nova Era, com a "Revolução Mundial", com a cidadania planetária.
"Em todas as áreas há muito por fazer, mas, sem dúvida, o que os cidadãos mais esperam, além de soluções práticas para os problemas do cotidiano, é que seja restabelecido o diálogo com a população e suas manifestações políticas, culturais, sociais e religiosas, sem se estabelecer condições ao debate. É preciso virar a página das práticas preconceituosas e políticas higienistas e dar voz aos movimentos sociais, respeitando o pluralismo e a heterogeneidade que compõem a cidade e que constituem sua maior riqueza."
São Paulo é multicultural. Uma das capitais do mundo.
Finalmente São Paulo despachou os brucutus* e elegeu gente sintonizada com a Nova Era, com a "Revolução Mundial", com a cidadania planetária.
"Em todas as áreas há muito por fazer, mas, sem dúvida, o que os cidadãos mais esperam, além de soluções práticas para os problemas do cotidiano, é que seja restabelecido o diálogo com a população e suas manifestações políticas, culturais, sociais e religiosas, sem se estabelecer condições ao debate. É preciso virar a página das práticas preconceituosas e políticas higienistas e dar voz aos movimentos sociais, respeitando o pluralismo e a heterogeneidade que compõem a cidade e que constituem sua maior riqueza."
Edifício Altino Arantes (Banespa), um dos ícones de São Paulo.
Início de uma Nova Era em SP
Com a determinação de inserir São Paulo no projeto nacional de desenvolvimento desencadeado no país, Fernando Haddad precisará explorar o grande potencial da capital para superar desafios
"Principal desafio é o enfrentamento da miséria extrema em São Paulo". Assim, o recém empossado prefeito Fernando Haddad (PT) definiu sua prioridade para os próximos anos à frente da maior metrópole do país. Depois de vencer uma das mais importantes eleições da história do PT, Haddad recebe uma cidade cujos problemas se acumularam ao longo dos últimos oito anos e onde o caos administrativo se instalou.
Com a determinação de inserir São Paulo no projeto nacional de desenvolvimento desencadeado no país a partir de 2003, o novo prefeito precisará explorar o grande potencial da capital para superar desafios e dar início a uma nova era, em que a solidariedade e o bem coletivo sobrepujem o obscurantismo de gestões nada comprometidas com os interesses da maioria dos cidadãos, o que se revelou no domínio da máquina por terceirizações, no abandono da Educação e da Saúde, na existência de uma dívida que já chega a 52 bilhões, na ausência de políticas de mobilidade urbana, no aumento da violência, dentre tantas outras mazelas.
O grau de complexidade dos problemas a serem enfrentados faz lembrar o início das duas gestões petistas anteriores na cidade de São Paulo. Primeiro Luiza Erundina e depois Marta Suplicy, assim como Haddad, se defrontaram com situações de total abandono da cidade e desamparo de seus cidadãos, mas com coragem, trabalho e criatividade conseguiram superar as adversidades e realizar governos que se tornaram referência em políticas públicas sociais e na implantação de programas que melhoraram, sobretudo, a vida da população mais pobre.
Disposto a construir um governo em franco diálogo com a população e a buscar soluções e alternativas ao desenvolvimento econômico, social e urbano, a fim de derrubar o "muro da vergonha que separa os ricos e os pobres da cidade", Haddad tem um longo caminho a trilhar. Em seu discurso de posse, o novo prefeito ressaltou não ser mais possível conviver com tanta desigualdade e descaso. Portanto, a hora é agora.
Entre as urgências estão a negociação da dívida de São Paulo com a União, que chega a quase o dobro da receita anual arrecadada pela Prefeitura, e a reformulação das subprefeituras, para que, conforme anunciado pelo prefeito, possam ter maior autonomia e realizar obras mais emergenciais de interesse da população.
A formação de uma equipe entrosada e que pense São Paulo em toda a sua abrangência e vitalidade também faz parte deste processo para fazer com que a cidade volte a funcionar.
Será necessário, por exemplo, encontrar soluções criativas para a mobilidade urbana, priorizando o transporte coletivo, retomando a construção dos corredores de ônibus, instalando semáforos inteligentes e integrando modais de transporte de forma a facilitar o deslocamento das pessoas, o que é fundamental para a qualidade de vida urbana.
Na Educação, retomar a construção dos CEUs e requalificar os já existentes, aumentar a oferta de escola de tempo integral e acabar com o déficit de 172 mil vagas em creches são ações prioritárias. Na Saúde, materializar a Rede Hora Certa, centralizando consultas, exames e cirurgias simples para acabar com as filas e o sofrimento da população, é das medidas mais necessárias.
A concretização do Arco do Futuro, proposta de descentralização da cidade para mudar o crescimento de São Paulo, criando vagas de trabalho em bairros distantes do centro expandido, evitando longos deslocamentos, também será fundamental para melhorar a qualidade de vida na cidade.
"Principal desafio é o enfrentamento da miséria extrema em São Paulo". Assim, o recém empossado prefeito Fernando Haddad (PT) definiu sua prioridade para os próximos anos à frente da maior metrópole do país. Depois de vencer uma das mais importantes eleições da história do PT, Haddad recebe uma cidade cujos problemas se acumularam ao longo dos últimos oito anos e onde o caos administrativo se instalou.
Com a determinação de inserir São Paulo no projeto nacional de desenvolvimento desencadeado no país a partir de 2003, o novo prefeito precisará explorar o grande potencial da capital para superar desafios e dar início a uma nova era, em que a solidariedade e o bem coletivo sobrepujem o obscurantismo de gestões nada comprometidas com os interesses da maioria dos cidadãos, o que se revelou no domínio da máquina por terceirizações, no abandono da Educação e da Saúde, na existência de uma dívida que já chega a 52 bilhões, na ausência de políticas de mobilidade urbana, no aumento da violência, dentre tantas outras mazelas.
O grau de complexidade dos problemas a serem enfrentados faz lembrar o início das duas gestões petistas anteriores na cidade de São Paulo. Primeiro Luiza Erundina e depois Marta Suplicy, assim como Haddad, se defrontaram com situações de total abandono da cidade e desamparo de seus cidadãos, mas com coragem, trabalho e criatividade conseguiram superar as adversidades e realizar governos que se tornaram referência em políticas públicas sociais e na implantação de programas que melhoraram, sobretudo, a vida da população mais pobre.
Disposto a construir um governo em franco diálogo com a população e a buscar soluções e alternativas ao desenvolvimento econômico, social e urbano, a fim de derrubar o "muro da vergonha que separa os ricos e os pobres da cidade", Haddad tem um longo caminho a trilhar. Em seu discurso de posse, o novo prefeito ressaltou não ser mais possível conviver com tanta desigualdade e descaso. Portanto, a hora é agora.
Entre as urgências estão a negociação da dívida de São Paulo com a União, que chega a quase o dobro da receita anual arrecadada pela Prefeitura, e a reformulação das subprefeituras, para que, conforme anunciado pelo prefeito, possam ter maior autonomia e realizar obras mais emergenciais de interesse da população.
A formação de uma equipe entrosada e que pense São Paulo em toda a sua abrangência e vitalidade também faz parte deste processo para fazer com que a cidade volte a funcionar.
Será necessário, por exemplo, encontrar soluções criativas para a mobilidade urbana, priorizando o transporte coletivo, retomando a construção dos corredores de ônibus, instalando semáforos inteligentes e integrando modais de transporte de forma a facilitar o deslocamento das pessoas, o que é fundamental para a qualidade de vida urbana.
Na Educação, retomar a construção dos CEUs e requalificar os já existentes, aumentar a oferta de escola de tempo integral e acabar com o déficit de 172 mil vagas em creches são ações prioritárias. Na Saúde, materializar a Rede Hora Certa, centralizando consultas, exames e cirurgias simples para acabar com as filas e o sofrimento da população, é das medidas mais necessárias.
A concretização do Arco do Futuro, proposta de descentralização da cidade para mudar o crescimento de São Paulo, criando vagas de trabalho em bairros distantes do centro expandido, evitando longos deslocamentos, também será fundamental para melhorar a qualidade de vida na cidade.
Em todas as áreas há muito por fazer, mas, sem dúvida, o que os cidadãos mais esperam, além de soluções práticas para os problemas do cotidiano, é que seja restabelecido o diálogo com a população e suas manifestações políticas, culturais, sociais e religiosas, sem se estabelecer condições ao debate. É preciso virar a página das práticas preconceituosas e políticas higienistas e dar voz aos movimentos sociais, respeitando o pluralismo e a heterogeneidade que compõem a cidade e que constituem sua maior riqueza.
A chegada de Haddad e a volta do PT à capital paulista significam, diante de todos esses desafios, a oportunidade de fazer com que a vocação de São Paulo para a diversidade e o crescimento volte a ser estimulada, criando condições para a construção de uma cidade mais solidária, menos individualista e desigual, comprometida com os interesses de todos os seus cidadãos, onde o progresso e as oportunidades possam chegar a todos.
José Dirceu, 66, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT
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