O escritor uruguaio Eduardo Galeano morreu nesta segunda-feira em Montevidéu, aos 74 anos, informou sua editora a este jornal. Na sexta-feira, ele havia sido internado por causa de um câncer de pulmão.
Galeano era autor de As Veias Abertas da América Latina, livro que desde seu lançamento, em 1971, se tornou um clássico da literatura política latino-americana. Sua obra, na qual se destaca também Memória do Fogo (1986), foi traduzida para cerca de 20 idiomas.
Antes de se tornar um intelectual destacado da esquerda latino-americana, Galeano trabalhou como operário industrial, desenhista, pintor, mensageiro, datilógrafo e caixa de banco, entre outros ofícios.
As Veias Abertas... saiu quando Galeano tinha 31 anos. Naquela época, como admitiu depois o próprio escritor, ele não tinha formação suficiente para a tarefa à qual se dispôs. “Tentou ser uma obra de economia política, só que eu não tinha a formação necessária”, afirmou ele sobre o seu livro mais famoso. “Não me arrependo de tê-lo escrito, mas é uma etapa que, para mim, está superada”, acrescentou.
Em 2009, durante a Quinta Cúpula das Américas, o então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, presenteou seu colega norte-americano, Barack Obama, com um exemplar de As Veias Abertas da América Latina livro que havia sido proibido nos anos setenta pela censura das ditaduras militares do Uruguai, Argentina e Chile.
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