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domingo, 8 de setembro de 2013

De repente todo mundo virou crítico, indignado, manifestante, querendo "mudar este país".

Eduardo Viveiros de Freitas
no face

De repente todo mundo virou crítico, indignado, manifestante, querendo "mudar este país". Façam-me um favor, sim: vão catar coquinho! Um país não se faz em um dia ou nos últimos 3 meses. São séculos de luta, erros e acertos, rupturas, avanços e recuos. E muita, mas muita vontade política. Não vejo essa vontade em quem diz detestar a política e "tudo que está aí". Outra coisa: onde estavam todos quando todos os excluídos e expulsos do "paraíso" (como os moradores do Pinheirinho) e os que desafinam o coro dos contentes foram para as ruas desde a ditadura e criaram movimentos sociais que continuam firmes na luta por terra, dignidade, trabalho, educação, para não falar da saúde e os (verdadeiros) heróis do cotidiano que enfrentam condições indignas de trabalho e o descaso dos governantes de TODOS os partidos? Antes que venham me cobrar qualquer coisa, adianto: nunca fui um militante 24hs, de partido ou movimento social, porque afundei nessa vida intelectual quando pude fazê-lo, pois minha vida e paixão são mesmo essas coisas esquisitas chamadas livros e ideias. Na medida do possível, falar sobre eles e elas, discutir, debater (mesmo que à distância como aqui) é a minha contribuição. Não vão me ver na rua ao lado de fascistas e desequilibrados, psicopatas direitistas que querem ver o circo pegar fogo. Amo o Brasil e seu povo e não quero que ambos venham a sofrer novamente com o totalitarismo, a intolerância e a violência física e simbólica contidos em uma ditadura. Não temos o melhor governo que poderíamos ter, é verdade. Mas estamos construindo uma nação, um sonho, buscando todo dia a felicidade e a justiça, transformando pedras em caminhos, meninos e meninas em homens e mulheres que têm direito e dever de serem respeitados pelo que são, não pelo que possuem. E vamos vencer, mesmo custando caro a tantas gerações. Ainda seremos um país e uma nação dignos de ter (e ter tido) entre seus mais queridos e respeitados componentes pessoas como Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Vladimir Herzog, Lélia Abramo, Florestan Fernandes, Fábio Comparato, Emir Sader, Marighela, Mino Carta, Cláudio Abramo, Adib Jatene, Joelmir Betting, Pelé (apesar das suas declarações "políticas"...rs), Luis Fernando Veríssimo, Millôr, Lamarca, Airton Senna, Hebe Camargo (por que não?), Cartola, Nelson Rodrigues, Jacob Gorender, Maurício Tragtemberg, Antônio Cândido, Adoniran Barbosa, Raimundo Faoro, Ariano Suassuna e tantos e tantas brasileiros e brasileiras que nos enchem de orgulho. Aí eu pergunto: quem teve (tem) gente como essa é ou não é um grande país, uma grande nação, uma civilização? Bora lá sonhar junto! Viva o Brasil, k7!

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