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sábado, 25 de julho de 2015

Lula sobre os golpistas: "Parece os nazistas criminalizando o povo judeu"




Ex-presidente criticou os setores conservadores que não aceitam o resultado da eleição da presidenta Dilma Rousseff na cerimônia de posse da diretoria do Sindicato dos Bancários do ABC




O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (24) que a esquerda brasileira está sendo perseguida como os judeus foram pelos nazistas e os cristãos pelos romanos, e criticou setores conservadores do país que não aceitaram a vitória nas urnas da presidenta da República, Dilma Rousseff.

“Quero dizer para vocês que estou cansado de mentiras e safadezas, estou cansado de agressões à primeira mulher que hoje governa esse país. Estou cansado com o tipo de perseguição e criminalização que tentam fazer à esquerda desse país. Parece os nazistas criminalizando o povo judeu e romanos criminalizando os cristãos”, disse, em discurso na posse da diretoria do Sindicato dos Bancários do ABC, em Santo André.

O ex-presidente Lula afirmou estar cansado do "tipo de perseguição e criminalização que fazem às esquerdas desse país". “Eu nunca tinha visto na vida pessoas que se diziam democráticas e não aceitam uma eleição que elegeu uma mulher presidente da República”, acrescentou.

O ex-presidente lembrou de realizações de seus governos, como o ingresso de milhares de estudantes no ensino superior e a ascensão econômica de milhões de pessoas. “Eles não suportam que um metalúrgico quase analfabeto tenha colocado mais gente na faculdade do que eles, não suportam que a gente não deixou privatizar o Banco do Brasil e comprou a Nossa Caixa e o Banco Votorantim”, disse Lula.

“Eu, sinceramente ando de saco cheio. Profundamente irritado. Pobre ir de avião começa a incomodar; fazer faculdade começa incomodar; tudo que é conquista social incomoda uma elite perversa”, acrescentou o ex-presidente.

Lula disse ainda estar otimista com o futuro do país e compreender a apreensão de parte da população com o desemprego e com a inflação, mas ressaltou que o cenário já esteve pior.

"O cenário hoje não é o ideal e nós sabemos. Eu me preocupo com a inflação, com o desemprego. Mas é importante lembrar que a crise que afeta o Brasil hoje é a mesma que afeta chineses e americanos. Nossa inflação hoje é de 9%, com perspectiva de queda. É importante lembrar que, quando assumimos o governo, ela já estava a 12%, que o desemprego era de 12,5%."

O ex-presidente fez questão de deixar claro seu otimismo. "Não tenho medo de ser otimista. Somos um país grande, com uma enorme capacidade de recuperação e um mercado interno de 204 milhões de consumidores. Quem apostar no fracasso deste país vai quebrar a cara".

Lula falou depois de Belmiro Moreira, que acabava de assumir a presidência do Sindicato dos Bancários do ABC. Emocionado, Belmiro lembrou a história de lutas da categoria e da região. Aos 14 anos, enquanto trabalhava como patrulheiro-mirim em uma indústria metalúrgica, acompanhou de perto as conquistas sindicais que mudaram o país. "É uma responsabilidade ter hoje aqui presente o presidente que mais mudou este país. Lula criou o Partido dos Trabalhadores e ajudou a fundar a CUT para que a gente tivesse mais representação nas esferas do poder."


* Com Agência Brasil e Instituto Lula

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